O Kadett GSi é um dos famosos esportivos dos anos 90 que fizeram a cabeça dos jovens daquela época.
Hoje difícil de se encontrar em ótimo estado de conservação, o Kadett GSi ainda é um sonho de consumo em forma de hatch e conversível para muitos.
Vamos ler tudo sobre o Kadett GSi e também sobre o modelo que foi lançado antes dele e que muita gente talvez não conheça.
Se trata do Kadett GS.
GS, o prelúdio do Kadett GSi
Antes de ser lançado o Kadett GSi, tivemos no mercado seu irmão sem injeção eletrônica, chamado de Kadett GS.
O modelo GS foi apresentado em 1989 junto de outras versões iniciais do Kadett como a SL e a SL/E.
Segundo revistas especializadas da época o modelo tinha o melhor coeficiente aerodinâmico para um modelo daquele porte, cerca de 0,30 Cx – um dos menores para um veículo que nasceu antes do ano 2000.
Além da diferença mais óbvia, que é o fato de ele não ter injeção eletrônica como o Kadett GSi, o primeiro Kadett esportivo também tinha um visual mais europeu, por assim dizer.
A versão GS vinha com rodas de liga leve com desenho exclusivo de 14 polegadas, para choques exclusivos da versão e na cor da carroceria, faróis e luzes traseiras de neblina, saídas de ar no capô, saias esportivas laterais, aerofólio traseiro, ponteira dupla de escapamento e uma faixa preta entre as lanternas, para reforçar a esportividade da linha GS.
Estes equipamentos depois também viriam no Kadett GSi. O interior, seguia a mesma tendência de estilo do Chevrolet Monza – o sedan médio da época.
Os bancos dianteiros vinham com ajuste de altura, e o painel poderia vir com computador de bordo como opcional.
Para dar mais exclusividade, o interior ainda poderia contar com bancos Recaro, volante esportivo de três raios, e instrumentos e iluminação com tons avermelhados que aumentavam ainda mais a esportividade do modelo em relação aos seus irmãos.
Na motorização, mais uma herança do Monza, uma vez que a linha Kadett usava o motor transversal 1.8 litro de 95 cavalos que podia utilizar gasolina ou álcool e um motor 2.0 com 110 cavalos de potência e sempre movido à álcool.
Um detalhe interessante era o ajuste de altura da traseira, sim da traseira. O sistema funcionava por meio de um sistema pneumático – bolsas de ar nos amortecedores – que permitia nivelar o carro em função da carga transportada, sendo elas passageiros, bagagens ou ambas.
O senão ficava por conta do motor 2.0 ser bem gastão.
O tanque de combustível também não ajudava muito, pois tinha apenas 47 litros de capacidade e a transmissão era campeã no quesito ruído.
Para um modelo que se dizia esportivo, tal problema de ruído e de consumo seria inadmissível. As relações de marcha eram muito curtas, e isso fazia com que viagens fossem difíceis de suportar.
As correções no câmbio e no consumo viriam em junho de 1990, e serviriam para aprimorar o Kadett GSi dali algum tempo.
O Kadett GS recebeu ajustes no câmbio e na sua relação de marchas e na troca do combustível, sai o álcool e entra a gasolina.
Chega o Kadett GSi
Depois das pequenas alterações feitas na linha GS, a Chevrolet precisava se mexer e apresentar uma nova versão que conquistasse ainda mais o consumidor brasileiro.
Foi assim que em 1991 a Chevrolet apresentou o Kadett GSi – com motor 2 litros com injeção multiponto analógica – que rendia impressionantes 121 cavalos de potência e 17,6 kgfm de torque.
Para se diferenciar das demais versões, inclusive a GS, o Kadett GSi ficava mais “abrasileirado”, se é que podemos dizer.
Ele vinha adaptado mais ao gosto nacional, com as luzes de indicação de seta incolores.
A faixa preta que existia entre as lanternas traseiras deixava de existir. Fora as faixas decorativas e as novas rodas exclusivas que conferiam charme e esportividade ao Kadett GSi.
No interior o Kadett GSi vinha com alguns diferenciais para conquistar o público jovem.
Os bancos agora tinham o encosto de cabeça vazado e o painel de instrumentos era digital.
Pouco tempo depois o modelo ganhou freios a disco e ABS. A suspensão do Kadett GSi utilizava amortecedores pressurizados que davam ao motorista mais conforto ao rodar.
A versão mais esperada e desejada pelo público era o Kadett GSi conversível, que já tinha sido apresentado um tempo antes, só que na versão GS.
O belíssimo modelo utilizava uma carroceria de fabricação italiana – feita pela Bertone – e tinha toda a tecnologia e potência da linha Kadett GSi.
A produção da versão conversível era praticamente artesanal, a parte dianteira e o assoalho iam para a Itália, onde voltava cerca de seis meses depois com a carroceria completa e montada, que vinha para o Brasil para receber a parte mecânica.
A charmosa capota do Kadett GSi conversível tinha recolhimento manual, e conferia ao modelo um charme europeu que pouco se via por aqui.
O detalhe fica por conta que quando a capota era guardada no porta malas a capacidade do mesmo ficava reduzida.
O porta malas do Kadett GSi conversível tinha 390 litros sem a capota recolhida e com ela guardada o valor caia para 290 litros.
O mítico modelo saía de cena em 1994, depois de perder os bancos Recaro e de ganhar o comando dos vidros elétricos nas portas. O Kadett GSi deixava o mercado e no seu lugar a Chevrolet trazia o Kadett Sport.
Kadett Sport – O substituto não fiel
A versão que veio para tentar agradar os fãs órfãos do Kadett GSi não obteve tanto sucesso como era esperado, já que ele tinha apenas maquiagem esportiva.
O modelo que foi apresentado em 1995 teve vida tão curta quanto o Kadett GSi.
Apelidado por muitos como “falso esportivo” o Kadett Sport vinha com o mesmo motor 2 litros que equipava o Kadett GSi, mas com outra calibragem, agora ele rendia 110 cavalos quando abastecia com gasolina e 116 com álcool.
O interior também sofria com a troca de versões, saíam de cena os bancos Recaro com o encosto de cabeça vazado e entram no lugar bancos com tecido e encosto de cabeça tradicional.
Os para choques também haviam ficado mais simples na troca de versão. A grande ressalva ficava por conta da atualização de estilo que a linha Kadett ganhava na ocasião.
O para choque dianteiro adotava formas mais arredondadas, o que não “ornava” tanto com a carroceria mais quadrada.
E a grade seguia o mesmo padrão do Kadett europeu, que por aqui passou a ostentar o logo da Chevrolet envolto de um circulo prateado.
A motorização para a linha Kadett em 1996 passava a ser a 2.0 litros de 110 cavalos, pois novas leis de emissão de poluentes entraram em vigor e a Chevrolet acabou por se ver numa sinuca de bico, pois ela perdia seu motor mais potente em prol de um meio ambiente melhor.
No mesmo ano a produção da gama Kadett foi toda transferida para São Caetano do Sul, e tinha suas atividades encerradas em 1998, quando abriu espaço para a segunda geração do Chevrolet Astra.
Além do Kadett GSi, outros modelos GSi no Brasil
Se tudo começou com o mítico Kadett GSi, a Chevrolet sabia que não poderia terminar o legado ali e sempre que podia apresentava uma versão GSi de algum modelo para conquistar mais fãs.
A primeira foi com o Corsa GSi apresentado em 1994, que vinha com o esperto motor 1.6 litro com 16 válvulas e 109 cavalos de potência e 15,1 kgfm de torque.
O modelo que era um dos mais modernos da época vinha bem completo e até com freios ABS de série. O Corsa GSi podia atingir a velocidade máxima de 195 km/h. O modelo teve vendas entre 1994 e 1996.
A segunda vinda da linha GSi foi com o Astra, que em 1998 ganhou sua segunda geração e em 2003 ganhava a famosa sigla acompanhado com o motor 2.0 litros 16 válvulas que tinha 136 cavalos de potência e 19,2 kgfm de torque.
O modelo veio inicialmente apenas na carroceria de quatro portas e com poucas opções de cores.
O Astra GSi ficou em linha até 2005, quando foi substituída pela linha SS que vinha com um motor 2.0 litros com 8 válvulas e 127 cavalos quando abastecido com álcool e 121 cavalos quando abastecido com gasolina.
A linha SS se estendeu também para o Corsa e a minivan Meriva, mas estas com o motor 1.8 litro de 8 válvulas.
A série SS foi descontinuada em 2008. Após esses modelos a Chevrolet não apostou mais em linhas esportivas no país.
Mas atualmente podemos contar apenas com versões turbo de modelos como o Cruze com o motor 1.4 litro e 150 cavalos e o Tracker que divide a mesma motorização.
Ficha Técnica
Chevrolet Kadett GS 1990
Motor | transversal, 4 cilindros em linha, duas válvulas por cilindro, comando de válvulas simples no cabeçote, alimentação por carburador de corpo duplo, a gasolina |
Cilindrada | 1988 cm3 |
Diâmetro x curso | 86x86mm |
Taxa de compressão | 8,8:1 |
Potência | 99 cavalos a 5600 rpm |
Torque | 16,2 kgfm a 3000 rpm |
Câmbio | manual de 5 marchas, tração dianteira |
Dimensões | comprimento, 400 cm; largura, 166 cm; altura, 139 cm; entre eixos, 252 cm |
Peso | 1040 kg |
Porta-malas | 269 litros |
Suspensão dianteira | McPherson |
Suspensão traseira | eixo de torção |
Freios | disco ventilado na frente, tambor atrás |
Pneus | 185/60 R14 |
Chevrolet Kadett GSi 1993
Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, refrigeração a água, 1.998 cm³, comando de válvulas no cabeçote, injeção eletrônica Bosch LE Jetronic
Diâmetro x curso: 86 X 86 mm
Potência: 121 cavalos a 5.400 rpm
Torque: 17,6 kgfm a 3.000 rpm
Câmbio: manual de 5 velocidades
Carroceria: hatch de 2 portas e conversível
Dimensões: comprimento, 407 cm; largura, 181 cm; altura, 135 cm; entre eixos, 252 cm
Peso estimado: 1.140 kg
Suspensão: Dianteira – independente, McPherson, braço triangular, molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Traseira – semi-independente, braços longitudinais e eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores pressurizados
Freios: disco ventilado nas rodas dianteiras, disco rígido na traseira
Direção: hidráulica, pinhão e cremalheira
Rodas e pneus: liga leve, aro 14 e tala de 5,5J pol.; pneus 185/65 HR 14
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