Palio Adventure: tudo sobre o modelo, versões, motores, consumo, etc

A Fiat Palio Adventure com certeza é o precursor da legião de modelos tradicionais com versões “aventureiras” que existiram e ainda existem no mercado brasileiro.

São carros urbanos com visual alusivo ao offroad, mas com pouca ou nenhuma capacidade no fora de estrada.

Palio Adventure: tudo sobre o modelo, versões, motores, consumo, etc

Esse artigo vai contar a história de como a Palio Adventure, antes chamada Palio Weekend Adventure, mexeu tanto com o mercado e iniciou a onda de carros compactos que buscam levar ao consumidor um pouco do estilo próprio dos modelos fora de estrada.

No caso da Palio Adventure, a perua foi um pouco mais além, ao ser modificada para atender até que parcialmente nesse caso.

Essa adaptação ao meio ambiente proposto garantiu a manutenção da Palio Adventure até os dias atuais, visto que é exatamente essa versão que assegura a continuidade do vetusto produto, que já tem mais de 20 anos de estrada.

Como tudo tem um começo, a Palio Adventure nem era chamada assim quando a Palio Weekend foi escolhida para dar uma nova e interessante opção ao consumidor.

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Origem da Weekend antes da Palio Adventure

Em março de 1997, a Fiat decidiu colocar no mercado o segundo membro da família Palio, um projeto desenvolvido pelo estúdio I.DE.A na Itália, que por sua vez desenhou a família Tata Indica com design muito semelhante, quase uma cópia.

Assim, para substituir a longeva Elba, surgiu a Palio Weekend.

A perua não tinha qualquer proposta aventureira, ainda não existia nem mesmo um projeto de Palio Adventure.

A Palio Weekend seguia à risca a proposta original de seu segmento, atendendo bem à família com generoso porta-malas de 460 litros, suspensão traseira mais robusta e entre-eixos ampliado em relação ao hatch.

Equipada com motores 1.5 8V e 1.6 16V, a Palio Weekend rapidamente caiu no gosto do consumidor brasileiro, mas a líder era a VW Parati.

Na época, ela foi oferecida de cara com as versões sofisticadas Style e Sport, esta última apenas com motor 1.6 16V.

Mas ao mesmo tempo a Fiat estava com o radar bem ligado no mercado nacional. Já fazia algum tempo que a marca tentava uma ascensão, mas descobriu que era a percepção dos clientes que ela precisava saber e reagir a tempo.

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Enfim chega a Palio Adventure

Dois anos depois, a Fiat estava muito esperta e fazia uma leitura do mercado que as demais nem imaginavam.

A marca italiana agora sabia exatamente o que seus clientes queriam e, ao contrário das rivais, tinha poder de decisão imediata. Ou seja, podia executar um novo projeto mais rapidamente.

Assim, ela descobriu que os compradores de carros utilitários não estavam usando seus sistemas de tração nas quatro rodas e nem ao menos estavam indo para a terra, o que favoreceria uma adaptação meramente visual como a Palio Adventure.

Porém, o apelo do fora de estrada era forte o suficiente para que mesmo aqueles que não podiam ter um veículo com estas características, estavam disposto a pagar por algo parecido, porém, mais barato, mas isso não existia.

Então, a Fiat olhou para a Palio Weekend e dela criou uma perua aventureira, a Palio Adventure, algo que fazia lembrar da clássica AMC Eagle Wagon dos anos 70 e Subaru Impreza de então.

Porém, colocar um sistema 4×4 numa perua que deveria ser barata estava fora de cogitação.

Assim, a marca bolou um veículo com certa aptidão para o fora de estrada, mas preservando a tração dianteira, que era o essencial.

Assim, em 1999, surge a Palio Adventure, inicialmente como Weekend Adventure.

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Bem longe do que se tornaria mais tarde, a Palio Adventure aparece com uma série de acessórios e modificações para garantir conforto e tração em estradas de terra ou com lama suficiente para não serem armadilhas.

Entretanto, o projeto teve que realizar mudanças mais profundas na estrutura do veículo.

Para garantir maior tração no uso em terra, a Fiat adicionou à Palio Adventure pneus mistos e largos, mas isso fazia com que os mesmos encostassem nas saias de rodas.

Para evitar esse contato, a marca cortou-as, substituindo por uma moldura plástica parafusada que virou uma das características da perua.

Havia também estribos decorativos na base das portas, para-choques pretos com faróis de neblina e auxiliares.

A Palio Adventure tinha ainda barra de impulsão para reforçar a proposta off road, embora perigosa no meio urbano para pedestres e outros veículos, assim como retrovisores pretos e barras de teto mais altas.

Equipada sempre com a opção mais potente dentro da linha, a Palio Adventure tinha motor 1.6 8V de 92 cavalos, além de câmbio manual de cinco marchas.

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Com suspensão elevada em 40 mm, a Palio Adventure com seus 4,13 m de comprimento, 1,61 m de largura, 1,51 m de altura e 2,46 m de entre-eixos, tinha um desempenho adequado para sua proposta.

A Palio Adventure ainda vinha com proteção nas lanternas traseiras e mais adereços para fixar a nova moda.

Palio Adventure G2

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No começo de 2001, a Palio Adventure adotou a primeira atualização visual, já vista no Palio algum tempo antes e assim passou a ser o modelo “G2”, que de geração não tem nada de novo.

Os faróis da Palio Adventure passaram a ser mais retangulares e a grade reta recebeu uma moldura preta. A barra de impulsão continuava lá, na frente de um para-choque preto com faróis de milha e neblina.

Os estribos eram novos, retangulares para proteção da carroceria contra pedras. A Palio Adventure também ganhou ajustes em molas e amortecedores, assim como sistema de som com opção de subwoofer, o que deixava a perua ainda mais agradável.

Mas, a maior novidade era mesmo o motor 1.6 16V com 106 cavalos, que dava um upgrade no desempenho do modelo.

Exatos dois anos depois de seu lançamento, a Palio Adventure G2 trocou o motor 1.6 16V pelo GM 1.8 8V com 103 cavalos na gasolina, fabricado em São José dos Campos-SP no lugar do propulsor italiano.

Isso deu ao carro mais torque em baixa, força extra dentro e fora da estrada, assim como uma performance superior.

Palio Adventure G3

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Alguns meses depois, a Fiat novamente mexia em sua família Palio e com isso a Palio Adventure mais uma vez tinha novidade.

Um novo desenho de Giugiaro – que já havia alterado o original da I.DE.A no G2 – criou o Palio G3 e com ela a perua aventureira ganhava um layout diferenciado.

Mais limpa e envolvente, a Palio Adventure G3 que recebeu também os faróis duplos grandes, mas com máscara negra.

A grade era personalizada e com pouca área aberta, enquanto o para-choque novo era composto por uma moldura preta na parte superior, que descia pela parte central até embaixo.

O restante vinha na cor da carroceria e agregava dois faróis de neblina e outros dois de milha.

A barra de impulsão felizmente foi retirada da Palio Adventure, pois parecia mais um acessório de loja de autopeças que um item diferenciado de fábrica.

As rodas de liga leve eram novas também, assim como os estribos envolventes e integrados às saias de rodas. Na traseira, a Palio Adventure ganhava lanternas duplas e grandes, cortadas pela tampa do bagageiro e sem escurecimento.

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A vigia traseira grande e o puxador da tampa facilitavam a vida do proprietário, assim como o acesso ao bagageiro.

O para-choque traseiro da Palio Adventure também era em dois tons, como o dianteiro. No teto, as barras duplas continuavam. O modelo também ganhou um novo painel e mudanças no volante, assim como itens diversos, incluindo o sistema de áudio.

Alguns luxos como retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular, passaram a fazer do pacote.

A Palio Adventure G3 ganhava um interior mais elaborado em acabamento, mais conforto. Na linha 2005, a perua aventureira ganhou mais potência no 1.8 GM, que agora era flex e entrega até 110 cavalos, além de ótimos 18,4 kgfm contra 17 kgfm da versão anterior.

Palio Adventure G4

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Em 2008, a Fiat promoveu uma terceira atualização do Palio, agora chamado de G4.

Dessa forma, a Palio Adventure ganhou uma atualização mais ampla, ainda mantendo a mesma geração. Note que isso acontece há 10 anos, mas a Fiat e o público não sabiam que ela dobraria seu ciclo de vida em relação ao modelo anterior.

Dessa vez, a marca italiana decidiu dar uma exagerada na roupagem da Palio Adventure G4 para que o modelo de fato fosse ainda mais off road e o resultado é que a familiar ficou mais com uma cara de “mini tanque de guerra” do que as variantes anteriores, bem mais próximas de uma perua aventureira comum.

Para quem já gostava da Palio Adventure, essa nova visão foi no mínimo empolgante, pois até hoje passa a impressão de que poderia ter recebido um sistema de tração nas quatro rodas para fazer jus ao visual.

Como se dizia no Jurassic Park, a Fiat “não poupou despesas”. A própria atualização de “geração” fez uma parte menor do trabalho.

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As mudanças na Palio Adventure incluíam novos faróis, ainda grandes, com o projetor de alta mais abaixo e frente mais envolvente com grade dotada de duas barras metalizadas.

Também tinha para-choque emoldurado em preto com projeção de barras verticais como se fossem de impulsão, assim como partes na cor da carroceria, preservando o “DNA” dos faróis auxiliares duplos. A base tinha um protetor integrado.

O que aumentou a impressão de gigantismo da Palio Adventure G4 era o conjunto com novas rodas de liga leve aro 15 polegadas, calçadas com enormes pneus 205/70 R15 de uso misto.

Com as saias de rodas agora quadradas e ampliadas em volume, a Palio Adventure parecia mais um SUV disfarçado e de certo lembrou ainda mais a clássica AMC Eagle Wagon em termos de proposta.

Pelo visual, parecia que a Palio Adventure G4 podia fazer muito mais no fora de estrada.

Mas tinha mais. Os estribos (ridículos também) saíram para dar lugar a um protetor duplo para base da carroceria e das portas. Os retrovisores foram atualizados e vinham com repetidores de direção, mas montados sobre uma base móvel.

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As vigias laterais ganhavam um desenho mais fluído e destacavam mais as colunas.

Mas, isso evidenciava outra coisa, um aumento no tamanho da Palio Adventure G4, que agora tinha 4,30 m de comprimento e 1,72 m de largura. Com 1,64 m de altura, ela tinha 190 mm de vão livre do solo e ângulos de entrada e saída de 26° e 23°, respectivamente.

Na traseira, as lanternas agora eram horizontais, mas ainda duplas.

A tampa do bagageiro da Palio Adventure também foi modificada e recebeu proteção plástica de cor preta como outras partes da carroceria, pois sua base fazia parte do estilo geral.

Uma das molduras de baixo relevo virou a maçaneta. O para-choque era proeminente e tinha proteção metálica.

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No teto, a Palio Adventure G4 ganhava ainda um estiloso rack, formando um arco longo sobre um apoio triplo.

O componente era mais estético do que prático, diferente do anterior. Por dentro, o ambiente era devidamente personalizado, recebendo um cluster analógico de fundo branco e visual bonito.

Sobre o sistema de áudio, três mostradores analógicos indicavam inclinação lateral, altímetro e bússola. Ainda sem airbag do passageiro, tinha um porta-luvas adicional.

Entretanto, para mover a Palio Adventure, a Fiat pegou da GM a atualização do 1.8 Flex, que entregava agora 112 cavalos na gasolina e 114 cavalos no etanol, além de 17,8/18,5 kgfm.

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Palio Adventure “Locker”

Mas, a novidade mesmo era o sistema chamado Locker, usado no ELD (Electronic Locker Differential).

Trata-se de um dispositivo que permite a transferência de tração de uma roda para a outra em caso desta estar rodando em falso (patinando). O sistema lê a velocidade das rodas e faz a mudança, tirando assim a Palio Adventure do atoleiro.

Porém, o sistema Locker não é automático como o XDS da Volkswagen.

Nesse caso, é preciso acionar um botão no painel (a Fiat gosta de botões para acionar coisas, tais como direção mais leve e mudanças de marcha…) para que o dispositivo faça a operação.

Depois, é preciso desativa-lo, pois só pode ser usado até 20 km/h.

Acima dessa velocidade, o bloqueio eletrônico do diferencial ameaça a integridade do sistema de tração.

Ou seja, se for usar a Palio Adventure em trechos de terra com barro ou lama, esqueça o Locker por conta dessa limitação de velocidade. Em curvas com piso de baixa aderência, no entanto, o sistema é vital para corrigir as velocidades e o torque em cada roda.

A Fiat nunca automatizou o Locker para enfrentar a Volkswagen, especialmente no caso da Strada.

Portanto, continua a ser o mesmo sistema de 10 anos atrás. Mas, de qualquer forma, a perua aventureira já estava bem “bombada” para quem realmente queria uma familiar ainda mais ousada para o fora de estrada.

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Câmbio Dualogic na Palio Adventure

Ela já era um pequeno carro com rodas grandes, quando a linha 2010 se fez presente. A Palio Adventure Locker ganhava airbag duplo e freios ABS de série.

Além disso, a aventureira anabolizada recebia também o câmbio automatizado Dualogic.

Ainda em sua primeira versão, o sistema de automatização de trocas de marchas funcionava sobre a caixa manual já conhecida, mas acionava também a embreagem.

O sistema não possuía a função de rolagem do veículo enquanto engatado, o que prejudicava o desempenho no trânsito urbano e em manobras.

Ainda chamada Palio Weekend, a Palio Adventure Locker mantinha os atributos de performance do manual, mas ia de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos, sustentando os mesmos 174 km/h de máxima.

O sistema também permitia a troca de marchas de forma manual e o modo Sport.

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Motor E.torQ

Na linha 2011, a Fiat acabou com o acordo técnico em vigência com a General Motors, assumindo para si o antigo motor Tritec (BMW e Chrysler) feito no Paraná, que acabou sendo modernizado após a compra da empresa pela FPT (Fiat Powertrain Technologies) e assim nasceu o chamado E.torQ.

Com quatro cilindros, o propulsor aproveitou o cabeçote SOHC da Tritec, mas com melhoramentos passou a ter 1.8 litro e entregar 130 cavalos na gasolina e 132 cavalos, além de 18,4/18,9 kgfm.

O novo motor se integrou também ao câmbio Dualogic e fazia com que a Palio Adventure fosse de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos com máxima de 184 km/h.

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Os últimos anos da Palio Adventure

Uma atualização visual (a última) na Palio Adventure ocorreu de forma suave na linha 2013, quando o para-choque ganhou contornos mais modernos e envolventes, sempre com a maior parte da superfície em preto.

A grade foi reduzida e apenas um friso metalizado foi incorporado. Ua grade inferior maior foi introduzida, tal como um elemento ilhado na altura da placa.

Os faróis de neblina e milha continuaram, tendo ainda o conjunto um protetor central em cinza na parte inferior.

Pneus de uso urbano foram adicionados como opcional com as novas rodas de aro 16 polegadas e pneus 205/60 R16, opcionais, o que reduziu aquela impressão de carro pequeno com rodas enormes.

O interior da Palio Adventure recebeu modificações para se tornar mais versátil, incluindo também um cluster atualizado e exclusivo na Palio Adventure, que vinha com grafismos próprios.

Os bancos ganharam nova padronagem com material mais resistente e impermeável, entre outros.

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Na linha 2015, a perua perde o nome Palio em todas as versões, ficando apenas Weekend e Weekend Adventure. A perua aventureira ganhou o pacote Urban que trazia as rodas aro 16, rede no porta-malas e faróis com máscara negra.

Nos anos mais recentes, a Palio Adventure ganhou novas rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 205/60 R15, agora de série, deixando de ter opcionais, exceto o sistema Locker, que no momento custa adicionais R$ 2.990, o que eleva seu preço para altos R$ 82.280.

Em dezembro de 2017, a imprensa noticiou que a perua tinha saído de linha junto com a grande desova promovida pela Fiat em seu portfólio nacional.

Porém, o modelo continuou a ser vendido normalmente e de lá para cá, vendeu 2.387 unidades, um volume muito baixo, feito em grande parte para a polícia de alguns estados.

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