Tudo que você precisa saber sobre pneus de uso misto

A versão mais cara da L200 Triton Sport aposta em faróis mais bonitos, com luzes de leds e xenônio (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)

Na esteira do sucesso de utilitários esportivos e crossovers, os pneus de uso misto vêm ganhando espaço no mercado. No entanto, além de custarem até 50% a mais, eles também apresentam certas desvantagens que muita gente sequer imagina. Por isso, é importante entender se eles são adequados para você e o seu carro.

Características

Como o nome sugere, os pneus de uso misto permitem que o veículo rode sobre pisos pavimentados e também no fora-de-estrada, fazendo a transição sem maiores dramas. “Eles são indicados para quem precisa trafegar um pouco nos dois mundos”, diz Eduardo Roveri, gerente de certificação da Continental Pneus, referindo-se ao seu maior benefício, a versatilidade. “Evidentemente, o pneu misto não é o melhor para o asfalto, caso contrário seria ruim na terra. E vice-versa”.

Veja as diferenças entre os tipos de pneus (Foto: Autoesporte)

 

Esse meio termo se reflete em sua construção. A estrutura é mais reforçada que a dos pneus para asfalto, para suportar maiores níveis de impacto e ser mais resistente à perfuração – essa estrutura mais robusta explica o custo mais elevado. Já a banda de rodagem possui um desenho mais liso e uniforme que a dos pneus “mud” (especiais para o off-road pesado, que possuem grandes blocos espaçados e têm preço ainda maior), o que o faz perder capacidade de tração nas trilhas, mas melhora o conforto no asfalto.

Passeio na lama Os pneus não são de uso misto. Então, nada de abuso (Foto: Caio Matos/Divulgação)

 

Apesar do grande avanço apresentado nos últimos anos, principalmente em função da demanda dos SUVs, os pneus de uso misto ainda apresentam desvantagens, como nível de ruído mais elevado –  principalmente em velocidades mais altas -, além de maiores consumo de combustível e distância de frenagem em piso molhado.

 

Design também conta
“A demanda por esses pneus não se deve apenas à aplicação em si, mas também pelo seu design”, explica Fabio Migliano, gerente de produto e motorsport da Pirelli, referindo-se a modelos que não tem qualquer recurso off-road e são usados 100% no asfalto, mas que incorporam os pneus mistos como recurso estético. “Há motoristas que sabem disso e até abrem mão do conforto pelo visual, mas tem gente que só descobre na prática e fica decepcionado.”

Então, na hora de comprar um automóvel, é importante levar o tipo de pneu que ele está calçando em consideração. Além disso, no momento da reposição, se o consumidor sabe que não vai colocar o carro na lama e abre mão do visual, ele também pode considerar a troca dos pneus de uso misto por modelos “100% asfalto”, de olho em uma melhor relação custo/benefício.

Mix
Os pneus de uso misto ainda possuem variantes – o que amplia as dúvidas do consumidor, mas, ao mesmo tempo, permitem uma melhor adequação às suas necessidades. Os modelos do tipo 50/50 ficam no meio termo, e são recomendados para quem faz um uso equilibrado entre asfalto e terra.

Há versões que privilegiam o fora-de-estrada (um pneu 20/80 tem maior capacidade de tração na trilha, mas maior nível de ruído que o 50/50 no asfalto), indicados para quem usa o carro mais na terra, e, eventualmente, no asfalto, e outras que são projetadas para o oposto (um 70/30 será mais silencioso em vias pavimentadas, mas proporciona menos tração na terra que o 50/50), ideais para quem usa o carro na cidade e eventualmente faz incursões em estradas de terra.