Porsche Taycan promete “alma” de esportivo para se diferenciar do Tesla Model S

Porsche Taycan (Foto: Divulgação)

O Porsche Taycan ainda nem foi apresentado em sua versão final e já carrega muito mais expectativas do que qualquer um de seus antecessores recentes. Isso porque ele representa a maior tentativa da Porsche de deixar o passado sujo pelo Dieselgate para trás, mas também terá de provar que é possível fazer um carro esportivo sem motor a combustão.

 

Ainda falta cerca de um ano para o Taycan ser apresentado e começar a ser vendido em todo o mundo, mas a Porsche reuniu em sua sede em Stuttgart, na Alemanha, dezenas de jornalistas de diversos países para começar a construir essa ideia. Autoesporte estava lá e adianta um pouco do que você deve esperar do Taycan.

Como será o visual?

A primeira medida da montadora ao receber os jornalistas foi entregar selos que deveriam cobrir as câmeras dos celulares. Isso porque o visual final do carro ainda é mantido em sigilo. Em determinado momento do programa, pudemos inclusive visitar a parte da fábrica que hoje produz os modelos pré-série, mas tivemos que desligar os celulares antes de passar pela porta.

Mas, use do seu poder de imaginação para entender como é o visual dos carros que eu vi: em relação ao conceito Mission E, que você relembra nas fotos dessa página, a versão de produção mantém o vinco a partir dos faróis e em direção ao para-choque, mas ele não será tão marcado. No mais, a dianteira é igual à do conceito, mantendo o formato dos faróis e o visual clean sem grade dianteira (afinal, ele é um carro elétrico, lembra?).

Conceito Porsche Mission E (Foto: Divulgação)

Na lateral, há mais mudanças. Esqueça as portas suicidas, a ausência de coluna B e as rodas com desenho futurista. Na versão de produção, as colunas centrais voltam especialmente para garantir a segurança dos passageiros.

Conceito Porsche Mission E (Foto: Divulgação)

Já o interior promete marcar uma enorme diferença entre o Taycan e os outros modelos da Porsche. Isso porque boa parte do que foi apresentado no conceito está na versão de produção. Ou melhor: nas versões mais caras do Taycan de produção.

O quadro de instrumentos é um dos grandes destaques do painel por ser 100% digital e contar com uma grande tela curva e flutuante. Já o volante perdeu alguns botões para ficar mais minimalista. Para competir com a Tesla com mais força, o Taycan ganhou duas telas no centro do painel: uma de 10 polegadas horizontal e outra vertical, posicionada em um painel também flutuante entre os dois passageiros dianteiros. Para completar, há uma terceira tela, que complementa a tela de 10 polegadas do centro e que avança para a frente do passageiro dianteiro, criando a impressão de que o painel é todo digital, desde o quadro de instrumentos.

Porsche Mission E Cross Turismo Concept (Foto: Divulgação)

Ainda temos que esperar o lançamento do carro para saber como será a oferta desses itens, mas na fábrica havia unidades sem essa terceira tela, com um painel simples à frente do passageiro.

E a motorização elétrica?

A Porsche ainda não revela os dados de desempenho do carro, mas faz questão de garantir que tudo foi projetado para que o Taycan mantivesse a sensação de esportividade que qualquer outro Porsche híbrido ou a combustão oferece. Segundo os engenheiros responsáveis pelo projeto, o Taycan vai chegar aos 100 km/h em menos de 3,5 segundos e terá velocidade máxima acima dos 250 km/h.

Porsche Taycan (Foto: Divulgação)

Tudo isso graças a um conjunto com dois motores elétricos, posicionados um em cada eixo, e alimentados por uma parruda bateria de 400 células individuais. A promessa é de que a potência máxima supere os 600 cv.

A parte da esportividade que virá com o desempenho e o comportamento do conjunto elétrico nós ainda não pudemos avaliar, mas a Porsche garante que emprestou características de outros de seus carros para garantir  a esportividade. Por isso, o Taycan será mais baixo que o Panamera. Até o 911 serviu de referência: a posição de dirigir dos dois carros promete ser muito parecida.

Outro ponto em que a Porsche trabalha para aproximar de alguma forma o elétrico dos carros a combustão que estamos acostumados é o processo de recarga. Isso porque haverá uma opção de recarga rápida em carregadores de 800V. Eles estarão instalados em pontos específicos, já que esse não é um tipo comum de instalação elétrica. Nesses lugares, será possível conseguir 100 km de autonomia em apenas 4 minutos de recarga. O objetivo é fazer com que o tempo parado seja semelhante ao tempo que passamos hoje em dia na bomba de combustível.

Em sistemas de carregamento mais comuns, como os que podem ser instalados em casa ou em estacionamentos, a recarga total pode levar de 6 a 8 horas. A montadora diz que a autonomia máxima será de 500 km, mas reconhece que esse número será menor assim que a homologação seguindo o novo padrão de testes de autonomia (WLTP) for concluída. “Esse teste é mais realista, então a tendência é de que a autonomia seja um pouco menor que os 500 km” Mayk Wienkotter, porta-voz da Porsche sobre carros elétricos e conectados. É o mesmo dilema pelo qual passaram Audi e Mercedes durante o lançamento de seus primeiros carros elétricos nos últimos meses.

Alta demanda

Mas, a Porsche também terá que lidar com diversas dúvidas sobre o carro até ele chegar ao mercado, especialmente em relação à capacidade de produzir um carro tão disruptivo em alto volume. A expectativa atual é de produzir de 20 mil a 25 mil unidades por ano, volume que pode ser ampliado. Mas, os executivos se recusam a informar qual seria a capacidade máxima e em quantos turnos a produção poderia acontecer. A questão é importante porque 10 mil unidades do carro já foram encomendadas em diversos países antes mesmo de o carro ser revelado e de seus preços serem informados.