Grupo Volkswagen volta a integrar Pacto Global das Nações Unidas

Empresa foi reintegrada à iniciativa de sustentabilidade corporativa mundial, cinco anos após o dieselgate.
REDAÇÃO AB

 

Cinco anos após protagonizar o escândalo que ficou popularmente conhecido como dieselgate, no qual foi acusada de fraudar testes de emissões para homologar mais de 20 milhões de veículos movidos a diesel em diversos países (incluindo o Brasil), o Grupo Volkswagen anunciou sua reintegração ao Pacto Global das Nações Unidas, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do planeta.

De acordo com o comunicado da VW, a decisão se deveu principalmente à nova política de conformidade e integridade do grupo, adotada como resultado da supervisão feita com sucesso pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O programa de proteção climática anunciado pela companhia, que prevê a redução em 30% das emissões de CO2 de seu portfólio de automóveis até 2025 (comparado com 2015), além de atingir a neutralidade até 2050, foi outro item que pesou favoravelmente, assim como a nomeação, por parte da Volkswagen, de um conselho de sustentabilidade independente.

Criado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o pacto é uma convocação para as empresas de todo o mundo alinharem suas estratégias e operações a dez princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e combate à corrupção e a desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. Atualmente, o Pacto é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, reunindo mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, em 160 países.

“A retirada da Volkswagen do Pacto Global da ONU foi um passo drástico na esteira da crise do diesel. Uma empresa que antes se sentia quase invencível foi publicamente excluída da respeitada comunidade empresarial das Nações Unidas; não era apenas uma questão de prestígio, era questão de orgulho”, afirmou Georg Kell, diretor executivo fundador e ex-CEO do Pacto. “Desde então, a VW tem trabalhado para renovar a base de valor da empresa; a estratégia de eletrificação do grupo colocou-a na vanguarda da transformação da indústria automobilística. A volta ao Pacto Global, portanto, deve ter o mesmo poder simbólico de sua exclusão há cinco anos; mostra que a VW, embora longe de ser infalível, aprendeu com seus erros”, concluiu.