Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Fonte / Noticias Automotivas

O Voyage G5 é um marco importante na história do sedã compacto da Volkswagen, que nasceu em 1982 como o segundo modelo de três volumes da marca, depois do saudoso e de vida curta VW 1600L, o ‘Zé do Caixão”.

Apesar de ser chamada G5, em realidade, tratava-se da segunda geração do Voyage, já que ele deixou de ser vendido em 1994 e só retornou em 12 de setembro de 2008, após um longo período ausente.

A identificação G5 se deve ao seu irmão Gol, que na segunda geração teve duas atualizações, que somadas alcançavam uma suposta quinta geração.

De qualquer forma, o Voyage G5 foi um excelente retorno para o sedã dos anos 80 e 90, que era um dos poucos carros de proposta equilibrada da época.

O Voyage G5 trouxe inovações à linha de entrada da VW, assim como o Gol G5, bem como estilo moderno e atraente, além de novos motores e arquitetura mais ampla, onde o produto recebeu seu maior impacto em relação ao anterior.

Quase nascido como um fastback, o G5 – no caso do Voyage – deixou de lado as duas portas que lhe eram bem fiéis, sendo feito apenas com quatro portas, diferente do Gol, que posteriormente receberia a velha opção brevemente.

Voyage G5

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Em 1994, a Volkswagen viu que seu Voyage quadrado não tinha mais chances diante da concorrência e das novas marcas que entravam no mercado nacional, após a liberação das importações em 1990.

A solução, nesse caso, seria simples, apenas converter a segunda geração do Gol (G2) em sedã, porém, na mesma época, a Volkswagen inicia o projeto do Polo Classic, uma versão da alemã para o Seat Córdoba, que era vendido aqui.

Feito em (coincidentemente, mas não na Espanha) Córdoba, Argentina, o Polo Classic caiu como uma luva para suceder o Voyage. Assim, o modelo com 12 anos de mercado saiu de cena.

Por 14 anos, o Polo Classic ocupou o lugar que era de direito do Voyage, até que ele foi retirado de linha em 2009. Então, pouco antes, antevendo isso, a VW criou o Voyage G5.

Projeto

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Diferente de qualquer atualização posterior, o Voyage G5 marcou uma virada importante na arquitetura do projeto dos compactos da VW no Brasil. Até então, Gol, Parati e Saveiro já haviam passado por uma segunda geração baseada na primeira.

Contudo, a geração G5 era bem diferente, adotando uma nova plataforma, uma variação de baixo custo e simplificada da PQ24 usada no Fox, lançado em 2003 e, por sua vez, derivado do Polo de segunda geração.

Batizada de NF (Nachfolger ou Neue Familie), essa geração adotou ainda componentes da mais moderno PQ25, que foi usada pelo Polo até a geração MQB.

O Voyage G5 então foi adicionado ao programa, que incluía ainda uma variante fastback – flagrada em testes, mas nunca feita em linha – surgiu junto com Gol e Saveiro.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

 

A nova arquitetura PQ24 consistia em motor e câmbio em transversal, plataforma mais ampla e centrada, mas com entre eixos semelhante, mantendo o Voyage G5 na mesma categoria do Polo Classic.

Mais aerodinâmico, o novo Voyage tinha direção e pedais alinhados, assim como câmbio com engates por cabos e subchassi na frente, sustentando o conjunto motriz.

A VW manteve a concepção de molas e amortecedores telescópicos atrás, assim como a geração anterior e diferente de Polo e Fox, onde eram separados. A Saveiro adotaria esse conjunto mais moderno, diferentemente de Gol e Voyage.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Contudo, mais que a engenharia, a dinâmica de condução era bem superior ao do antigo Voyage e mesmo em relação ao Gol G3 ou G4, era sensivelmente melhor.

Feito para receber airbag duplo e freios ABS, o Voyage G5 tinha uma estrutura deformável melhor, que a mantinha estável durante impactos frontais.

O reposicionamento do tanque, assim como estepe deitado no porta-malas, contribuíram para ganho de espaço e segurança, sendo que o Voyage passara a ter 480 litros no bagageiro.

Voyage G5 – Estilo

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

O Voyage G5 seguiu o estilo vigente da VW na época e era esteticamente bem apresentável, sendo assim bastante moderno em relação aos concorrentes.

Com 4,230 m de comprimento, 1,656 m de largura, 1,464 m de altura e 2,465 m de entre eixos, o Voyage G5 chegou com uma frente baixa e curta, tendo balanço dianteiro menor que o antigo, o que amplia a plataforma.

A frente tinha grade integrada ao para-choque com friso central e logotipo VW cromado, além de grade inferior com dois frisos e molduras para faróis de neblina, mas com acabamento preto.

Os faróis eram modernos, possuindo dupla parábola, sendo que o facho baixo tinha um formato de canhão. As lentes ainda incorporavam os piscas em um acabamento claro.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

O capô chamava atenção por ser envolvente, caindo sobre os para-lamas e tendo corte abrupto próximo das colunas A, que avançavam em direção ao eixo dianteiro.

Além disso, o Voyage G5 tinha portas bem desenhadas e integradas às estruturas laterais sem serem envolventes, o que simplificava o projeto e a fabricação do sedã.

Os retrovisores eram grandes e afastados as colunas, contribuindo para a aerodinâmica com um formato fluido. Dependendo da versão, eram pintados na cor do carro.

As maçanetas das portas eram bem rentes à carroceria, que ainda era protegida por frisos laterais na cor do carro, dependendo da versão.

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Já as portas traseiras tinham boa área envidraçada com quebra-ventos falsos reduzidos, o que permitia abertura maior dos vidros. Esteticamente, isso funcionou e deu ao Voyage G5, a impressão de ser um carro mais espaçoso por dentro.

As colunas C eram largas para promover o aspecto robusto dos carros da VW, tendo ainda boa área envidraçada na traseira. O porta-malas era pronunciado o suficiente para não ser desequilibrado esteticamente, como no Nissan Versa.

No conjunto ótico traseiro, as lanternas eram quase quadradas, mas tinha linhas harmônicas e permitiam bom vão de abertura do porta-malas, que ainda possuía uma extensão através de um vinco para parecer maior.

O para-choque traseiro, integrado ao desenho, tinha o suporte da placa e era esteticamente aceitável para o projeto do Voyage G5No interior, o sedã mostrava nitidamente sua evolução. As rodas podiam ser aro 14 de aço ou 15 de liga leve.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Inspirado na simplificação do Gol G4 (assim como de Parati e Saveiro), o Voyage G5 adotou um painel em dois tons, porém, com difusores de ar circulares e de clara indicação de redução de custo em relação aos Fox e Polo, por exemplo.

A estratégia era mesmo oferecer um produto mais simples e barato no portfólio de compactos da marca.

Contudo, isso ainda não tirou o brilho da novidade, que trazia cluster analógico de ótima visualização com conta-giros, velocímetro, nível de combustível e temperatura da água, além de display digital do computador de bordo.

O Voyage G5 tinha ainda sistema de áudio integrado ao console do painel, que vinha com novos comandos de ar condicionado. Porém, havia mais elementos de redução de custos no sedã pequeno.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Os vidros elétricos, por exemplo, são possuíam dois comandos nas portas dianteiras, pois as janelas traseiras eram acionadas por botões no painel.

Mais um ponto contra era a capa do airbag do passageiro, que não era integrada ao desenho, talvez para ser uma clara indicação de que ele dispunha do equipamento de segurança, uma vez que o Gol G4 não tinha.

O volante do Voyage G5 era inspirado naquele do Passat da época, tendo as versões mais completas o airbag do condutor, o sedã chegou a usar uma direção diferente, com comandos satélites em forma de semicírculo.

A coluna de direção podia ser ajustada em altura ou profundidade, dependendo da versão. O porta-malas era aberto por meio de um botão no console.

Nas portas, o acabamento era simplificado, mas com tecido e novo formato, tendo os retrovisores elétricos com ajustes num botão junto à maçaneta. Porém, não havia espaço para copos, que existia apenas no console central.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

O espaço interno era razoável, mas muito superior ao antigo dos anos 80. Para quem ia atrás, o banco podia ser inteiriço ou bipartido, enquanto os cintos eram de três pontos para quatro passageiros e subabdominal para o quinto.

Ajuste de altura para os cintos dianteiros, assim como para o banco do motorista também eram oferecidos. Havia quatro apoios de cabeça somente e nem de longe oferecia Isofix, algo tão popular 10 anos depois.

O Voyage G5 era oferecido nas versões 1.0, 1.6, 1.6 Trend e 1.6 Comfortline, tendo um nível de conteúdo considerado bom para a época. Essa “geração” teve câmbio automatizado ASG (I-Motion) e utilizou dois motores da família EA111 (VHT).

Esse primeiro Voyage após a restauração, teve quatro anos de mercado e atualizações leves, como novas rodas de liga leve, por exemplo, sendo substituído pelo G6 no segundo semestre de 2012, já chegando este como linha 2013.

Voyage G5 – Motores

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

O Voyage G5 chegou ao mercado nacional em 2008 com duas opções de motor da família EA111, que já era adotada no Gol desde a segunda geração do mesmo (G2).

Contudo, esses propulsores de quatro cilindros e cabeçote de 8 válvulas, vinham com algumas inovações em relação aos primeiros EA111, como bielas longas, sendo assim chamados de VHT.

TotalFlex, o Voyage G5 1.0 entregava 72 cavalos na gasolina e 76 cavalos no etanol, ambos a 5.250 rpm, bem como 9,7 kgfm no primeiro e 10,6 kgfm no segundo combustível, sempre em 3.850 rpm.

Esse propulsor tinha injeção eletrônica indireta e taxa de compressão de 13:1. Com ele, o Voyage ia de 0 a 100 km/h em 13,3 segundos no etanol e 13,8 segundos na gasolina.

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Com transmissão manual de cinco marchas, o Voyage G5 1.0 VHT tinha consumo de 9,6 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada, isso quando abastecido com álcool.

Na gasolina, ele fazia ótimos 14,1 km/l no ciclo urbano e 18,6 km/l na estrada. Seu tanque era de 55 litros, o que garantia autonomia de até 1.023 km no derivado de petróleo e rodando na rodovia.

A primeira opção, que era a 1.0 sem denominação, tendo rodas aro 14 polegadas em aço e com calotas, além de pneus 175/65 R14. As demais versões do Voyage G5 vinham com o motor 1.6 VHT.

Igualmente de quatro cilindros e oito válvulas num comando único, o propulsor era conhecido por seu bom torque em rotações baixas. Disponível nas versões 1.6, 1.6 Trend e 1.6 Comfortline, o motor era o melhor que a VW podia oferecer.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Ele tinha bielas longas e, estranhamente, era bem parecido com um 2.0 8V que a VW tinha na época, em termos de rotação para potência e torque.

Com características de motor grande, o 1.6 VHT tinha 1.598 cm3 e entregava 104 cavalos no álcool, obtidos nos mesmos 5.250 rpm do 1.0 VHT, mas com torque de 15,6 kgfm aos 2.500 rpm.

Para efeito de comparação, o mais recente 1.6 16V da família EA211, que é uma evolução da EA111, oferece torque máximo em 4.000 rpm. Assim, o 1.6 VHT do Voyage G5 era realmente um motor forte para sua cilindrada.

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Na gasolina e em rotações iguais, ele entregava 101 cavalos e 15,4 kgfm. Dotado de câmbio manual de cinco marchas ou automatizado ASG na versão I-Motion, o motor fazia o Voyage G5 ir de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos com etanol.

Quando com gasolina, fazia o mesmo em 10,1 segundos. Ele alcançava 191/193 km/h, respectivamente com gasolina/etanol. Isso tudo no câmbio manual.

O consumo era de 8,8 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada, ambos com álcool. Já com gasolina, fazia 13,1 km/l no urbano e 18,5 km/l no rodoviário.

Voyage G5 – I-Motion

Voyage G5: projeto, estilo, motores, equipamentos e detalhes

Em 15 de outubro de 2010, o Voyage G5 ganhava o câmbio automatizado ASG da Magneti Marelli, que assim identificava a versão I-Motion. Era uma solução de baixo custo para a VW, que assim evitou de usar o câmbio automático Tiptronic.

Todas as três versões do sedã com motor 1.6 tinham opção do câmbio automatizado, que trazia a vantagem de manter o MQ200 original (manual), porém, com automatização de troca de marchas, eliminando o pedal de embreagem.

Com seletor de marchas moderno, o Voyage G5 I-Motion tinha opção de modo Sport e também de trocas manuais na alavanca de câmbio ou volante (paddle shifts).

O painel ganhava indicador de marchas e modos de condução. O ASG tinha um sistema eletromecânico para acionamento de marchas e embreagem física (igual ao de um carro manual comum).

Tendo proteção contra engates errados, o ASG permitia maior conforto ao dirigir, porém, era necessária pausa para acionamento da embreagem, o que gerava buracos na aceleração, identificados como “trancos” pelos donos do Voyage G5.