3.575.821 de veículos em 2008!

                                             Joel Leite, da Agência AutoInforme

Janeiro de 2007 começou “bombando”, vendendo mais do que todos os janeiros anteriores. Perguntei a Ray Young, então presidente da General Motors do Brasil, se ele não achava a previsão de crescimento estimada pelas montadoras (de 7%) muito tímida.
Ele negou e foi além (ou aquém?). Disse que trabalhava com um índice “mais prudente”, de apenas 4% de expansão no ano.

Seis meses depois, com o mercado crescendo 25,7%, Sérgio Habib, presidente da Citroën, profetizou: “no segundo semestre será diferente: até agora tivemos um crescimento chinês, isso não vai se repetir”.

Não apenas se repetiu: o segundo semestre foi ainda melhor que o primeiro e fechamos o ano com o expressivo aumento de 28,9% no número de emplacamentos registrados no mercado brasileiro.

As previsões de exportações foram ainda piores: a bancarrota anunciada simplesmente não aconteceu. Ao contrário, o Brasil vendeu um pouco menos de unidades, mas ganhou mais dinheiro, visto que ampliou o faturamento com as vendas para o exterior.

Portanto, diante de projeções tão desacertadas de pesos pesados da indústria automobilística brasileira e mesmo sem ter acesso às informações que os executivos das multinacionais dispõem, sinto-me à vontade para fazer também a minha projeção: o Brasil vai produzir um total de 3.575.821 veículos em 2008.

Sem bola de cristal – A exatidão do número que estamos projetando é uma ironia, mas diante da estabilidade econômica conquistada nos últimos anos e das suas conseqüências, acreditamos, sim, que o País pode aumentar em 19% a sua produção. Esta, inclusive, é a previsão da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores) para as vendas internas, enquanto a Anfavea – a entidade que representa as montadoras instaladas no País – prevê 15%.

Tem ainda projeções um pouco mais modestas. Carlos Ghosn, o superpresidente do Grupo Renault-Nissan, falou em apenas 10% na entrevista coletiva que concedeu em São Paulo na semana que antecedeu o Natal.

Dez por cento, 17,5% ou 19%, o número na realidade pouco importa. A verdade é que pela primeira vez todos os segmentos do mundo do automóvel estão otimistas, há unanimidade em torno da continuidade do crescimento. Seja ele qual for.

Fonte: Diário do Comércio