A GM vai bem, obrigado. No Brasil

O que diferencia a montadora brasileira da norte-americana? O CEO Jaime Arila explica.

Alzira Rodrigues – 16/2/2009 – 22h38

Pablo de Souza/Luz

Ardila: as nossas operações são totalmente independentes.Em contraste com a situação de crise que afeta o setor mundialmente, a indústria automobilística brasileira vive um dos melhores momentos de sua história. O comentário foi feito ontem pelo presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, ao destacar que a empresa teve três anos seguidos de lucro e continua no azul, com “uma operação financeiramente muito sólida”. É um quadro que contrasta com o vivido pela GM norte-americana, que passa por sérias dificuldades e hoje apresenta ao governo dos Estados Unidos um plano de viabilidade econômica.

Ardila voltou a afirmar ontem que não há qualquer risco de os problemas vividos pela GM norte-americana afetarem os negócios da subsidiária brasileira. “Nossa operação é totalmente independente, inclusive com caixa independente”, explicou. “Nosso único acionista é a GMC (General Motors Corporation) e nós continuamos pagando dividendos como sempre fizemos, de acordo com as leis brasileiras”, explicou o executivo.

Todos os programas de investimentos locais são feitos com recursos próprios e a situação da GM do Brasil, que está entrando no quarto ano de lucros consecutivos, é indiscutivelmente muito confortável. Segundo Ardila, o elo entre a empresa brasileira e a norte-americana restringe-se ao fato de serem subsidiárias da GMC. “Nossa irmã já conseguiu recursos para se reestruturar e isto é o importante agora”. Sem querer especular sobre o futuro, garantiu que no Brasil a GM, assim como o setor em geral, continua com suas operações lucrativas.

Lançamento – Ardila está participando do lançamento do Vectra Next Edition, que acontece em Florianópolis, Santa Catarina. O sedan ganhou motor 2.0 litros 8V Flexpower, mais potente e econômico, além de mais ecológico. Também recebeu alterações estéticas em seu design externo e interno, com ampliação do número de porta-objetos.

O modelo já está chegando na rede de concessionárias da marca, nas versões Expression e Elegance, com câmbio manual ou automático, e Elite, apenas com transmissão automática. Seu preço será divulgado apenas hoje, quando a montadora promove test-drive com o produto.

Mercado – O presidente da GM do Brasil informou que o mercado continua se recuperando agora em fevereiro. “Levamos um susto em outubro/novembro, mas com as medidas do governo implementadas em dezembro, entre as quais a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), iniciamos um processo sólido de recuperação”, avaliou o executivo.

O setor está vendendo cerca de 10 mil veículos na média diária, sinalizando um mercado de 190 mil unidades em fevereiro, considerando 19 dias úteis no mês. “Levando-se em conta o movimento diário, fevereiro está melhor do que janeiro”, destacou Ardila. A GM está projetando vendas de 2,4 milhões de veículos este ano, volume próximo ao de 2007. Na avaliação do presidente, é um patamar “muito bom, que permite ao setor continuar operando com lucro”.

Ardila acredita que o pior já passou e que o segundo semestre será bem melhor para a indústria automobilística e para a própria economia do País. O Brasil, na sua opinião, está em situação mais confortável em relação a crise financeira mundial do que outros países.

Depois de conceder férias coletivas em dezembro/janeiro, todas as montadoras locais estão acelerando a produção. Chegou até a haver falta de alguns produtos neste início de ano, mas a tendência é de normalização a partir de março. Um dos modelos de maior sucesso da GM, o Captiva, ainda está com fila de espera. “Já vendemos 2 mil unidades da nova versão Ecotec, mas por enquanto só recebemos do México 1.600”, lembrou, mostrando-se confiante no potencial do mercado brasileiro. “O patamar atual está muito bom.”

Fonte: Diário do Comércio