
GIOVANNA RIATO, AB
Enquanto o mercado interno cai, a Anfavea, associação que representa os fabricantes de veículos, pretende compensar com exportações ao menos parte dos resultados negativos. De janeiro a julho as vendas de carros brasileiros a outros países somaram 225,3 mil unidades, com alta de 10,7% na comparação com o resultado do mesmo período de 2014. Considerando apenas julho as exportações somaram 28,2 mil veículos entre leves e pesados. O patamar é 40,7% menor do que de junho e 17,6% inferior ao do mesmo mês de O segmento de caminhões teve a melhor performance no período, com aumento de 12,2% na na comparação anual e 11,9 mil unidades embarcadas para outros países. As exportações de veículos leves aumentaram 10,7%, para 209,3 mil unidades. Já as vendas de ônibus a outros países tiveram evolução mais discreta, de 3,7%, para 3,9 mil chassis.Em valor os resultados do acumulado de janeiro a julho ficaram menores. As empresas instaladas no Brasil registraram faturamento de US$ 6,28 bilhões no período, com queda de 10% sobre os primeiros sete meses do ano passado. “A tendência é de melhora, com redução do resultado negativo”, avalia Luiz Moan, presidente da Anfavea.O otimismo do dirigente se baseia no estabelecimento de novos acordos comerciais e ampliação dos já existentes. Em parceria com o governo federal, a Anfavea trabalha para negociar novas parcerias. Moan destacou que o ministro Armando Monteiro, do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC, visitou a Colômbia e o Peru ao longo do mês de julho. “São dois países com quem estamos trabalhando para ampliar os acordos de comércio.” O patamar cambial, com o dólar valorizado em relação ao real, é favorável às vendas externas. Ainda assim, Moan lembra que o mais importante é manter a estabilidade da moeda, mas acompanhar a evolução dos custos. Ele cita o exemplo do dólar cotado a R$ 2,90 em 2005, quando a indústria local bateu recorde com 1 milhão de veículos exportados. Na época a relação entre real e dólar era adequada, o problema é que este patamar se manteve por muito tempo. “Em 2014 o dólar também fechou a R$ 2,90, mas eu tive uma série de aumentos de custos nesse período”, critica.Com o novo patamar cambial e a perspectiva de que sejam firmados novos acordos comerciais, a Anfavea espera encerrar 2015 com crescimento nas exportações. Por enquanto a entidade mantém a projeção conservadora de que os negócios crescerão 1,1% sobre 2014, para 338 mil veículos, aumento deve ser revisado para cima nos próximos meses, acompanhando o surgimento de mais parceiros comerciais para o Brasil no setor automotivo.
Fonte: Automotive Business