Autopeça brasileira briga por espaço no exterior

Pressionados pelo aumento da concorrência dos asiáticos e dispostos a manter um pé no mercado internacional apesar do câmbio e do crescimento da demanda doméstica, os fabricantes brasileiros de autopeças que participam da feira Automechanika, em Frankfurt, na Alemanha, estão lançando mão de estratégias que incluem a abertura de unidades no exterior, tolerância ao risco, contenção de preços e fracionamento de encomendas. Tudo para segurar os clientes e aumentar o ritmo dos embarques, que segundo o sindicato das empresas do setor, o Sindipeças, devem alcançar US$ 46,5 bilhões no país em 2008, com uma alta de 29,3% sobre o ano passado. A Fras-le, de Caxias do Sul (RS), fabricante de lonas e pastilhas de freio para veículos pesados e leves, vai abrir em novembro um centro de distribuição na Alemanha para reduzir o tempo de entrega dos produtos, hoje na faixa de 90 a 100 dias, e trabalhar com lotes menores e diversificados. “Esse é um desafio, porque os indianos e chineses são mais rápidos”, disse o diretor executivo Luis Oselame. Segundo ele, as vendas na Europa somaram US$ 8 milhões em 2007 e a nova unidade vai manter estoques na faixa de US$ 2 milhões. No total, a Fras-le exportou R$ 81,4 milhões (US$ 41,8 milhões) no primeiro semestre (ante uma receita líquida de R$ 217,2 milhões), a maior parte para a América do Norte e Europa, com recuo de 4,8% em reais e alta de 9,7% em dólares sobre igual período de 2007. No acumulado de 2008, a exportação deve crescer 10% na moeda americana ante os US$ 76,9 milhões apurados no ano passado, prevê o diretor-superintendente, Daniel Randon. De acordo com ele, 65% das vendas totais são para o mercado de reposição (o restante é vendido para montadoras) e a empresa não pretende entrar numa “guerra de preços” para preservar suas posições. (Valor Econômico)

Fonte: Portal Autodata