Carlos Ghosn é preso no Japão por sonegação e será demitido da Nissan

    Carlos GhosnNissan

    O brasileiro Carlos Ghosn, 64, presidente do conselho administrativo da Nissan, foi preso nesta segunda-feira (19) no Japão sob a acusação de não reportar sua remuneração integral e de fazer uso pessoal dos ativos da empresa.

    Segundo a mídia local, o executivo deixou de reportar rendimentos de cerca de US$ 44 milhões (5 bilhões de ienes) nos últimos cinco anos, além de violar outras leis ficais do país.

    A Nissan confirmou que realiza uma investigação interna envolvendo Ghosn e Greg Kelly, diretor-representante da empresa, que também estaria envolvido no esquema. Ambos devem ser demitidos de seus cargos.

    GhosnInternet

    “A investigação mostrou que ao longo de muitos anos Ghosn e Kelly têm relatado valores de compensação menores que o valor real na Bolsa de Valores de Tóquio, a fim de reduzir a quantia divulgada da compensação de Carlos Ghosn”, afirmou a Nissan em um comunicado.

    Com a notícia, as ações de Renault caíram 13% em Paris, enquanto as da Nissan registraram queda de 12% na Alemanha.

    <span style=”font-size:16px;display:inline !important;”>A saída de Ghosn deve levantar questões sobre o futuro da aliança Nissan-Renault-Mitsubishi. A Nissan não informou quem deverá substituí-lo.</span>Divulgação

    O executivo é atualmente presidente do Conselho Administrativo da Nissan, empresa da qual faz parte desde junho de 1999. Tornou-se CEO em junho de 2011, deixando a função em abril de 2017.

    Ele foi responsável pela recuperação da Nissan, que estava à beira da falência, no mercado mundial. Foi nomeado CEO do Grupo Renault em maio de 2005. Em dezembro de 2016, tornou-se presidente do conselho administrativo da Mitsubishi.

    Ghosn também é presidente e CEO da aliança Renault-Nissan, um dos maiores grupos automotivos do mundo.