Carro poderá receber download no futuro

Computadores, celulares e a maioria dos equipamentos eletrônicos baixam atualizações de programas regularmente, para corrigir erros e melhorar funcionalidades. O mesmo poderá brevemente acontecer com os automóveis, já repletos da chamada eletrônica embarcada. Todos esses equipamentos, inclusive o motor, são controlados por softwares que, como qualquer programa de computador, estão sujeitos a falhas e têm sempre a possibilidade de melhoramentos. “Os carros levam muitos anos para serem projetados e rodam por mais de uma década. Nesse tempo a tecnologia pode mudar muito, mas atualmente não há uma forma eficiente de atualizar o software nesses veículos,” explica o engenheiro Martin Sanfridson, coordenador do projeto. A pesquisa está sendo coordenada pelo consórcio europeu DySCAS – Dynamically Self-Configuring Automotive Systems: Sistemas Automotivos Dinamicamente Autoconfiguráveis. DySCAS será também o nome da nova plataforma que está sendo criada. O projeto já está em estágio avançado, desenvolvido ao longo de mais de dois anos de pesquisas por um consórcio de universidades e institutos de pesquisas, empresas de softwares e, claro, fabricantes de automóveis. A arquitetura DySCAS deverá tornar-se elemento essencial para o desenvolvimento de automóveis inteligentes, capazes não apenas de se reconfigurar e atualizar seus softwares de forma autônoma, como também comunicar-se com outros dispositivos eletrônicos, como celulares e equipamentos portáteis, e até mesmo com outros automóveis. “A arquitetura DySCAS é a base para uma espécie de sistema operacional de bordo adaptável, mas de um tipo que será muito mais robusto do que o sistema operacional de um PC,” diz Sanfridson. A primeira versão do sistema operacional automobilístico será usada apenas para atualizar sistemas não-críticos, como equipamentos de navegação, comunicação e entretenimento. Contudo, à medida que ele for acompanhado em aplicações reais, saindo da versão 1.0, suas funções serão ampliadas para controlar também os componentes críticos e a configuração de funcionamento de todo o carro. Os pesquisadores também exploraram a possibilidade de utilizar a arquitetura para melhorar a tolerância a falhas. Desta forma, uma central eletrônica de controle (ECU), mais conhecida pelos mecânicos como módulo eletrônico, que venha a apresentar falhas, poderá ser instantaneamente substituída por módulo de reserva sem que o carro apresente qualquer problema de funcionamento. Com o crescente número de componentes eletrônicos nos carros, controlando tudo, do alarme aos freios ABS, ter sistemas de backup e controle mais eficientes é a melhor forma de melhorar a confiabilidade. E, garantir a confiabilidade, particularmente quando uma falha possa afetar a segurança, talvez seja o maior desafio para as novas tecnologias automotivas.

Fonte: AutoZ News