Lembra do SINIAV, o tal sistema de monitoramento da frota nacional de veículos? Pois bem, um dos aspectos que ainda não fizeram tal tecnologia entrar em vigor é a alegada falta de privacidade do cidadão, que é garantida pela Constituição Federal. Mas isso também é protegido em outros países ao redor do mundo, mas sabemos bem que não é necessário um SINIAV da vida para monitorar os nossos passos.
Recentemente em uma conferência, um executivo da Mercedes-Benz revelou que a montadora recebeu uma oferta muito preocupante de uma empresa chinesa, cujo nome não foi revelado. Esta companhia queria vender um banco de dados com os perfis de clientes chineses da marca alemã e mais, também das concorrentes. A tentadora oferta foi recusada pelo fabricante alemão.
Mas como essa empresa chinesa teria conseguido isso? Segundo a informação, os dados teriam sido obtidos junto ao governo chinês e teria de tudo, perfis, nome e sobrenome, entre outros. Tais informações permitiriam saber quais seus carros e suas preferências, o que para um fabricante de automóveis seria como ganhar na loteria, pois saberia como agir antecipando-se aos rivais se tivesse acesso aos perfis de clientes dessas outras marcas.
Logicamente, todos os fabricantes de veículos possuem dados suficientes sobre seus clientes e isso ajuda a traçar novas estratégias de marketing e vendas, o que é natural. Afinal, quem sabe o que os clientes querem, pode atende-los de melhor forma. Porém, com o atual nível de conectividade a bordo dos carros, muito do que fazemos dentro do carro é monitorado por algum sistema remoto, em especial nos carros que possuem serviços remotos.
Um deles, por exemplo, percebe se o carro ficou muito tempo parado sem propósito em uma estrada. Se ligou o pisca alerta ou não. Outro nem define uma quilometragem para que a revisão seja feito, sabendo até que itens precisam ser substituídos. O concierge é outro canal que permite ao fabricante saber mais da vida de seus clientes, num contato mais direto entre estes e sua central de atendimento.
Se tais dados forem protegidos, menos mal, pois o cliente que adere ao sistema sabe em certa medida o que está disposto a abrir mão. O problema é quando estes dados caem nas mãos de empresas que querem fazer outros usos dos perfis dos consumidores, muitos deles ilegais. Com o carro cada vez mais conectado, o smartphone começa a perder parte da responsabilidade na perda de privacidade. No final das contas, sempre haverá alguém vigiando os nossos hábitos em tempo real…
[Fonte: Diário Motor]
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