Choradeira na Venezuela

A agência de noticias venezuelana Flash de Motor conversou com executivos de montadoras, distribuidoras e importadoras de veículos que relataram os problemas enfrentados nos últimos meses. Foram unânimes ao afirmar que o regime automotivo do governo tornou a situação no país insustentável.

Tanto o atacado como o varejo automotivo, e também os fabricantes de componentes locais reclamam da política automotiva. Os primeiros não conseguem liberar de veículos que estão parados nos portos. E os fornecedores estão sem insumos básicos para produzir.

Segundo a Flash de Motor os veículos parados nos portos são considerados pelo governo como unidades em transição. Fazem parte de lotes chegados ao país antes de as restrições entrarem em vigor, limitando o volume que cada importador ou distribuidor poderá comercializar anualmente.

Dois dos principais portos do país, Puerto Cabello e Valência, estão ocupados por esses veículos. As empresas tentam alugar grandes espaços ao redor dos portos e ali mesmo iniciar processo de tropicalização. Mas não há garantias de que o governo autorizará a venda desses veículos, que podem superar as cotas, restritas por decreto a 30% do volume vendido no ano passado.

Os importadores também desviaram para portos de países vizinho lotes que estavam a caminho da Venezuela quando, no início do ano, entrou em vigor a nova política automotiva. Milhares de veículos esperam uma definição: o governo autorizará o desembarque no país?

A indústria de autopeças reclama por falta de insumos para a produção. O governo controla o câmbio na Venezuela há cinco anos e desde o fim de 2007 atrasa a liberação de dólares para que seja feita a compra de matéria-prima fundamental, como o aço.

Os fornecedores já alertaram as fabricantes locais que a partir desta semana podem deixar de cumprir prazos de entrega. Está em discussão a interrupção do fornecimento, o que paralisará as fábricas de veículos.
Analistas do mercado venezuelano alertam para os altos custos financeiros assumidos pelas montadoras, as importadoras e os distribuidores, para a preocupação com a deterioração da imagem do país, de cliente confiável e solvente para a indústria automotiva global.(Redação AutoData)

Fonte: Boletim Autodata