Com estoques, importadores mantêm preço de carros

Empresas negociaram os veículos há três meses com o dólar a R$ 1,60

SONIA MORAES
SÃO PAULO

Os importadores de veículos não alteraram os planos para o mercado brasileiro mesmo com a valorização do dólar. Para manter as vendas no País algumas importadoras que compraram os carros nos últimos três meses ao dólar no preço de R$ 1,60 e ainda tem grande volume de carros em estoque, vão manter os preços congelados até o final do ano, segundo informou a Abeiva (associação que representa os importadores no País).

Philip Derderiam, diretor-geral da Chrysler no Brasil, disse que não reajustou o preço dos seus carros, mas a empresa está utilizando a engenharia financeira para definir os novos preços dos seus modelos importados, se o dólar continuar valorizando. Depois de fechar sua unidade industrial em Campo Largo (PR) em 2001, onde produzia a picape Dakota, a Chrysler importa atualmente para o Brasil três modelos de automóveis da marca Chrysler, que custam de R$ 62 mil a R$ 169 mil; três modelos da Jeep, que custam de R$ 114 mil a R$ 193 mil e dois modelos da Dodge, que custam de R$ 98,9 mil a R$ 137 mil.
Em 2009 a Chrysler vai incluir mais um modelo no seu portfólio de produtos. No final do primeiro semestre a empresa vai trazer para o Brasil o seu primeiro carro com motor 1.8 flex fuel— o sedã médio Trazo da Dodge fabricado no México em parceria com a japonesa Nissan. No México a Chrysler produz atualmente 350 mil carros por ano. Neste ano a Chrysler pretende vender 6 mil modelos importados no mercado brasileiro, 1.200 unidades a mais que em 2007. “Não estamos preocupados com o dólar, pretendemos manter esse patamar de vendas até o final do ano, pois já passamos por várias fases difíceis por causa da oscilação do câmbio, quando o dólar chegou a valer R$ 4. Chegou a hora de navegar contra o vento”, disse o diretor-geral da Chrysler no Brasil.

No Brasil a Chrysler tem atualmente 25 revendedores e 32 pontos de vendas. “No momento estamos concentrados na rede de concessionária“, afirmou Débora Meyer, vice-presidente mundial de marketing da Chrysler.
Em entrevista a um grupo de jornalistas no Salão do Automóvel de São Paulo, Meyer falou que o Brasil é muito Importante nas estratégias globais da companhia. “É um mercado muito competitivo e aqui temos muitas
oportunidades“, afirmou.

De janeiro a setembro a Chrysler vendeu 42 mil carros na América Latina. Deste total, 10% foram no Brasil. “Até o final do ano pretendemos vender 58 mil veículos na região”, disse Meyer. Das vendas totais da Chrysler no Brasil, o banco Mercedes-Benz tem 15% de participação no financiamento.

A importadora Districar, que traz para o Brasil os veículos da empresa sul-coreana SsangYoung e da chinesa Chana, também está confiante na estabilidade econômica do Brasil e espera vender este ano 1.800 carros importados no mercado brasileiro. “Em nove meses conseguimos elevar as vendas de 265 unidades para 1.420 neste ano e, em 2009 a meta de vender 4 mil carros no Brasil está mantida”, disse Abdul Majid Ibraimo, presidente do grupo português Tricos, que controla a importadora Districar no Brasil.“
Não estamos assustados com a alta do dólar e acho que a situação cambial vai se normalizar no Brasil”, prevê o presidente da SsangYoung. Ibraimo falou que neste ano a SsangYoung investiu R$ 7 milhões no Brasil e em 2009 serão aplicados mais R$ 10 milhões. O valor será utilizado para a expansão da rede de concessionárias. Até o final deste ano a marca pretende trabalhar com 27 revendas no País e aumentar para 40 lojas no próximo ano.

Fonte: Gazeta Mercantil