
O Honda HR-V conquistou o público assim que foi lançado no Brasil. O mesmo aconteceu com o Hyundai Creta. Os dois concorrem no segmento dos utilitários esportivos (SUVs) compactos e o coreano segue na perseguição ao japonês em busca da liderança. HR-V e Creta foram superados em vendas apenas pelo SUV médio Jeep Compass, que foi o mais vendido no país em 2017.
Os SUVs caíram no gosto do consumidor em todo o mundo. Atualmente, esse tipo de carroceria detém quase 30% do mercado mundial de veículos leves. Os atributos principais são posição elevada de dirigir, bom espaço interno e porta-malas com capacidade para levar a bagagem de quatro pessoas sem muita arrumação.
Apesar de terem tração apenas nas rodas dianteiras, os bons ângulos de ataque e saída, além da boa altura em relação ao solo, permitem trafegar sem problemas nas ruas e estradas mal conservadas.
O Creta tem motor mais potente, caixa de marchas automática convencional, com conversor de torque, e pesa mais. O HR-V usa câmbio CVT de infinitas relações de transmissão, motor de cilindrada menor, e pesa bem menos. O carro de origem japonesa obteve nota máxima no teste do Latin NCAP de proteção a adultos e crianças, enquanto o coreano foi apenas satisfatório.
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Design/acabamento

SUVs têm design mais ousado e muitos recortes, frisos e sulcos na carroceria, principalmente os de origem asiática. Porém, o Creta foge do clichê com poucos recortes e linhas mais retilíneas. A carroceria do HR-V tem mais frisos e o estilo é mais arredondado, com caída suficiente do teto para dar ares de cupê.
O acabamento deveria ser melhor, levando-se em consideração o preço na faixa de R$ 100 mil nas versões comparadas. Nada de plástico emborrachado no painel central, mas com boa montagem, sem rebarbas, e encaixes bem feitos. O HR-V é um pouco melhor.
No Creta, a moldura dos vidros não é estampada com a porta. A janela é composta por elementos ligados por pontos grosseiros de soldas entre si e com a porta. Alguns modelos Honda também usam o recurso, como Civic e Fit. A maioria dos modelos da Hyundai usa o mesmo artifício. Porta e janela formam conjunto único no HR-V.

Motor/desempenho

Nem os 123 kg a mais do Creta são suficientes para perder a parada contra o HR-V. Ambos aceleram bem, mas pecam nas retomadas, principalmente com ar-condicionado ligado e dois ocupantes no banco traseiro.
Tanto o câmbio automático do Creta quanto o CVT do HR-V não reagem de imediato quando se pressiona totalmente o acelerador. Por isso, leva-se mais tempo para realizar ultrapassagem, que precisa ser bem calculada para não colocar a segurança em risco.

Suspensão

Equipados com rodas aro 17” e pneus de perfil baixo (60 no Creta contra 55 no HR-V), estão no limite do conforto em piso irregular. O Honda transfere mais as imperfeições do piso porque tem 1,1 cm a menos de borracha na altura. Aliás, o sistema de suspensão traseira desses dois SUVs é simples: eixo de torção.
O Creta inclina menos a carroceria nas curvas e a dirigibilidade tem mais a ver com automóvel. O HR-V não decepciona nas curvas e a carroceria inclina mais um pouco. Entretanto, ambos são equipados com controles de tração e estabilidade, que entram em ação no limite da aderência. Isso não significa estar imune à capotagem.
O Honda tem maior altura em relação ao solo e maior ângulo de saída. O Hyundai leva a melhor no ângulo de ataque.

Direção

Muito parecidas. HR-V e Creta têm direção com assistência elétrica, que não tira potência do motor. São leves em baixa, facilitando manobras, e com peso suficiente em alta na estrada. Porém, nenhuma delas transmite ao motorista a sensação de que o carro está sob controle.
A Hyundai declara diâmetro de giro de 10,6 m. A Honda divulga o mesmo valor na viragem entre meios-fios e de 11,4 m entre paredes. O Creta exige menos manobras na garagem. Colunas de direção têm regulagens de altura e distância. Posição de dirigir é mais elevada no Honda.

Espaço interno/ergonomia

HR-V e Creta têm dimensões semelhantes. O Honda tem 2 cm a mais no comprimento e no entre-eixos, um dos fatores determinantes do espaço interno. Dois adultos desfrutam de conforto no banco traseiro. O passageiro central somente em percurso curto. Vantagem do Creta é ter saída de ar-condicionado para ocupantes de trás. E a do HR-V, a modulação imbatível do sistema de bancos da Honda, que em apenas um único, fácil e leve comando transforma em plataforma única porta-malas e encosto do banco traseiro. Incrível a praticidade.
A maioria dos comandos está posicionada ao alcance das mãos do motorista. O que complica a ergonomia em ambos são muitos comandos no volante. O do Creta tem revestimento liso, que possibilita deslizamento acidental das mãos. Iluminação interna do HR-V é do tipo vagalume, com apenas uma lanterna no centro do teto. Luzes de leitura na dianteira iluminam muito bem. Tem mais: porta-luvas do HR-V sem iluminação é economia porca em carro de mais de R$ 100 mil. Enquanto o Creta tem luzes nos bancos dianteiro e traseiro, além do porta-luvas.

Porta-malas

Mesma capacidade: 431 litros. Não são enormes, mas suficiente para levar a bagagem da família sem muita arrumação com aproveitamento horizontal. A tampa do Honda fecha bem mais fácil.
O fechamento da tampa traseira do Hyundai exige força. As tampas dos porta-malas têm apenas uma pega de fechamento nos dois carros. Ambas do lado direito, o que dificulta para canhotos. Melhor seria centralizada ou uma de cada lado. Iluminação boa no compartimento de bagagens de ambos.

Tecnologia/segurança

Os dois modelos têm muitos itens de tecnologia/conforto, como seria esperado. Sistemas multimídias com Bluetooth, entradas USB e toda a parafernália de conectividade exigida atualmente, deixando o automóvel em destaque secundário. A versão Sport do Hyundai não está equipada com sistema de navegação como no Honda.
Segurança completa inclui apoios de cabeça e cintos de três pontos em todos os assentos, além dos controles eletrônicos de tração e estabilidade. Creta tem apenas airbags frontais obrigatórios por lei. No HR-V há o duplo frontal obrigatório e os laterais dianteiros. Além disso, o Honda obteve nota máxima na proteção aos adultos e crianças, enquanto o Hyundai levou quatro de cinco possíveis na de adultos e três na de crianças.
Faróis têm facho baixo curto nos dois carros, sendo de alcance menor no Honda. Isso obriga o motorista a lampejar o facho alto em algumas situações, com risco de ofuscar que vem em sentido contrário. HR-V tem freios a disco em todas as rodas, enquanto o Creta usa tambor na traseira.

Custo/benefício

Carros na faixa de R$ 100 mil, estão recheados de itens de conforto, segurança e conveniência. Mesmo assim, são caros pelo que oferecem. Cerca de 40% do preço são impostos e a margem de lucro dos fabricantes em países emergentes, como o Brasil, é maior. O preço do automóvel, na realidade, é aquele que o consumidor está disposto a pagar. Versão Sport do Creta tem preço sugerido de R$ 96.330 contra os R$ 102.990 da versão EXL do HR-V.
As duas configurações se situam abaixo das mais sofisticadas (Prestige do coreano e Touring do japonês). Diferença significativa de R$ 6.500, mas é preciso levar em consideração a estrutura da carroceria mais reforçada do Honda e o menor consumo de combustível. Por outro lado, a garantia do coreano é de cinco anos contra três anos do japonês.

Resultado


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