Cresce a briga pelo TÁXI

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A disputa pelo táxi não acontece apenas nos dias de chuva, no final do dia. Hoje as montadoras também correm atrás do taxista. Literalmente.

São Paulo abriga hoje uma frota de 33.700 táxis, uma da maiores do mundo, ao lado de Buenos Aires e Cidade do México. Deste total, apenas 14.8% são carros pertencentes a cooperativas e rádio-taxis, que crescem lentamente, mas têm um promissor mercado pela frente. Os demais são autônomos.
Durante muitos anos foi um mercado dominado pela Volkswagen. Primeiro com o seu Fusca, travestido de “táxi-mirim”, para apenas dois passageiros, só com o banco do motorista na frente e com tarifa diferenciada. Depois, veio o Santana, que muitos motoristas ainda choram o desaparecimento.

Hoje, não cabe mais espaço para este tipo de liderança neste segmento, muito embora todas as fábricas envolvidas sonhem em ocupar o lugar do velho Santana. Por isso, estas montadoras têm programas especiais para atender ao motorista que se dedica ao transporte de passageiros em automóveis. Além dos descontos do ICMS e do IPI, que somam em torno de 23%, os motoristas têm programas especiais nas revendas, não enfrentando filas e pagando preços diferenciados nos serviços e peças nas oficinas. Os modelos têm que ser flex.

Assim, carros que custam entre R$ 40 mil e R$ 45 mil para o consumidor comum, chegam a custar menos de R$ 30 mil para o taxista. Até mesmo montadoras que antes não olhavam para este mercado, hoje têm equipes desenvolvidas para ele. É o caso da Honda, que entrou com o seu Fit, a partir de 2006, com motor flex. Como atração, duplo air bag, ar-condicionado e ABS, nas versões LX e LXL. “O Civic também é vendido como táxi, mas sem isenções, por só ter motor 2.0”, explica Ricardo Rodrigues, supervisor de Vendas da Honda.

A Renault explica o sucesso do seu Logan 1.0 entre os motoristas de táxi pela sua robustez e espaço interno. “O nosso carro – explica Bruno Hormann, gerente de Marketing da fábrica – tem dimensões internas maiores que carros de categoria superior, como o Toyota Corolla e o maior porta-malas da categoria”. Outra atração para o taxista é o preço R$ 28.990, contra R$ 33 mil para o público comum. O Mégane também participa deste mercado.

Três grandes – Fiat, GM e Volkswagen são as montadoras com as maiores fatias do mercado de táxi. Elas não revelam seus números, mas uma simples observação nas ruas da cidade mostra que Siena, Palio Adventure/ Weekend e Doblò, pela Fiat; Meriva, Zafira, Corsa Sedan e Classic, pela GM; e Gol, Polo Sedan e Parati, pela Volkswagen disputam a preferência dos profissionais do taximetro.

Antonio Peres, gerente de Vendas Diretas da GM, revela que a Meriva é a líder da marca, no universo global de 40 mil táxis vendidos pela montadora. Seu preço, para o segmento, é R$ 17 mil mais baixo que para o mercado normal, com ar-condicionado de fábrica.

Uma marca com belo passado na “praça” (há muitos anos o táxi era chamado de Carro de Praça) serve de apoio para as vendas do Polo Sedan, Parati e Gol para os taxistas. Ele têm o aval do Fusca e do Santana, lembra o supervisor de Vendas Especiais da Volkswagen, Ricardo Martinez. O Space Fox “corre por fora” nesta briga, ainda que não tenha descontos.

No ano passado, a Fiat vendeu 18 mil táxis, o que representou cerca de 30% das suas vendas totais. Entre os destaques, o Siena tetra, que funciona com gasolina com mistura de 24% de álcool, etanol, gás e gasolina pura. A versão Fire do carro é comprada por taxistas autônomos. Doblò e Palio Weekend e Adventure dividem a fatia dentro da Fiat.

Conversão para o gás – Hoje, quase 100% dos táxis de São Paulo rodam a gás. Raramente se vê um deles que usa gasolina ou álcool. As montadoras advertem que o uso de kits gás pode fazer o carro perder a garantia. Mas, na realidade, todas as revendas das marcas têm acordos operacionais com empresas adaptadoras do kit gás que, em geral, trabalham bem, fazendo o carro funcionar sem maiores problemas.

Fonte: Diário do Comércio