Criatividade sem fronteiras

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X80, veículo subcompacto para três pessoas está próximo

Texto: Fernando Calmon

O mercado é dinâmico. Muda em razão de diretrizes econômicas, regulatórias, sociológicas e até culturais. E sempre há espaço para propostas, mesmo de empresas pequenas.

Uma iniciante companhia francesa, Espace Développement, chamou a atenção no Salão do Automóvel de Genebra, em março último. Apresentou o X80, proposição genérica para um veículo subcompacto do futuro próximo, dedicado ao tráfego citadino. Preenche as expectativas tanto de motoristas comuns, como de locadoras e até de administradores de estacionamentos que poderiam oferecê-lo para deslocamentos em áreas centrais. Iria bem ainda como minitáxi. Com a vantagem fundamental do menor consumo de combustível.

Sua arquitetura prevê interior para três pessoas. Pesquisas revelaram: a procura por um carro de três lugares é duas vezes maior do que um de dois lugares. A unidade motriz, de dois cilindros, 70 cv, de baixo atrito, usaria turbocompressor e dispositivo conjunto alternador-motor de arranque, permitindo desligamento e partida automáticos no pára-e-anda do trânsito.

As dimensões ficam sob medida para o tráfego urbano: 2,55 m de comprimento, 1,65 m de largura e 1,59 m de altura. Pesando apenas 728 kg e com espaço no porta-malas entre 350 e 450 litros, teria diâmetro de giro de apenas 8,2 m, o que facilita bastante as manobras. Haveria um sistema de recuperação de energia em freadas, recurso já existente em alguns automóveis atuais.

Estrutura do assoalho e teto em alumínio, painéis de carroceria em alumínio e compósito proporcionam tal redução de peso que o X80 pode ser capaz de acelerar de 0 a 400 m em 10 segundos – bom em deslocamentos urbanos. E o maior atrativo: consumo médio de 30 km/l com gasolina. Na relação custo-benefício, melhor que um motor diesel, pois as quilometragens anuais percorridas em cidades são bem menores.

O X80 não se destaca pelo estilo arrojado, nem futurista. Mas garante funcionalidade e criatividade no arranjo interno para os ocupantes. Motorista e acompanhante vão à frente, nas posições convencionais, enquanto o único passageiro atrás se senta no centro, com bom espaço para as pernas. Na utilização típica em cidade, garante o mínimo de conforto para todos, sem obrigar os dois passageiros dianteiros a avançar demasiadamente os bancos na direção do painel.

A Espace Développment informou que há três hipóteses de industrialização:

1) Vender o projeto a algum interessado.

2) Construir de um a três protótipos, com recursos próprios, em um ano, para demonstrar viabilidade.

3) Cooperação com um sócio estratégico para o desenvolvimento completo de engenharia, que levaria dois anos, e incluiria acordo prévio com fabricantes de veículos tradicionais.

Fonte: Webmotor