Colocamos a Chevrolet S10 com motor flex para ajudar na mudança; veja como foi

Foi no final de 2012 que eu consegui juntar o útil ao agradável e comecei a trabalhar com carros, minha grande paixão. Os primeiros anos como Caçador de Carros não foram fáceis, mas aos poucos o negócio foi se firmando até se tornar algo sólido.

Diante desse cenário positivo, no ano passado coloquei na minha cabeça que precisava de um espaço físico onde pudesse gravar os vídeos com mais qualidade e segurança, além de receber convidados e poder realizar treinamentos para pessoas que queiram seguir nessa profissão.

















No mês passado, consegui tirar essa ideia do papel e, nesse momento, escrevo essa coluna dentro no meu novo espaço, batizado de “Garagem do Caçador”.

E já que toda minha trajetória de vida esteve sempre ligada aos carros, não poderia faltar um que pudesse me auxiliar nessa mudança. O ideal seria uma van, com um grande baú que pudesse fazer o mínimo de viagens possível. Porém, a missão caiu nas mãos (ou na caçamba) de uma picape, no caso uma Chevrolet S10.

O leitor deve imaginar que uma mudança de escritório é algo simples, mas cabe ressaltar que essa foi bem mais complicada. Quando eu procurei por imóveis que tivessem boas garagens, todos vinham acompanhados de belas casas. Diante disso, não foi difícil convencer minha esposa de sairmos do nosso antigo apartamento para morarmos numa boa casa.

A dúvida era a seguinte: a S10 vai dar conta dessa grande mudança?

Logo que peguei a picape, olhei com mais atenção para a caçamba e comecei a imaginar todos os móveis ali. Não dava! Estava claro que eu teria de fazer várias viagens para concluir a mudança. A boa notícia é que são apenas 4 km de distância entre um imóvel e outro. A má notícia é que foi muito mais trabalhoso do que eu poderia imaginar. Mas vamos falar um pouco da S10.

Cabine dupla, motor flex, tração nas 4 rodas e câmbio automático é o que a picape me ofereceu nos dias que fiquei com ela. Amantes de picapes torcem o nariz para motores flex, pois para eles somente as movidas a diesel são dignas de ganharem as ruas. Já adianto que isso é uma grande bobagem.

Com 206 cv de potência e mais de 27 kgfm de torque quando abastecido com álcool, o moderno motor dessa Chevy dá conta do recado, provando que tem sim motivos para existir. Tem injeção direta de combustível, variador de fase na admissão e no escape e corrente de comando. Em nada lembra as primeiras S10, que sofriam com o antigo motor 2.2 e ganharam fama de lentas e beberronas.

Essa aqui também adora queimar um combustível, mas pelo menos é uma delícia de acelerar. Como anda bem esse 2.5 de 4 cilindros! Tinha um diabinho em um dos meus ombros que sugeriu a ideia de colocar esse motor num Onix. O anjinho do outro lado fez eu voltar para a realidade e não dei ouvidos, pois é óbvio que isso nunca vai acontecer.

Sobre o câmbio, é daqueles que nos fazem jamais querer voltar para o manual, tamanha sua competência. Trocas rápidas, nenhum tranco e nada de rotações excessivas. São 6 marchas, com opções de trocas manuais que você até esquece que tem.

No computador de bordo há um importante aviso da temperatura do fluido da transmissão, algo raro de se ver em qualquer tipo de carro. A tração é normalmente na traseira, como sempre foi nas S10. Mas essa ainda tem a opção de dividir a força com o eixo dianteiro, o que foi útil para mim em algumas situações. Precisa de mais? Tem uma terceira opção com reduzida que transforma a S10 num caminhãozinho.

Mas é a dura suspensão que não nos deixa esquecer que estamos numa picape. Se por um lado ela encara ruas esburacadas com muita robustez, por outro transmite quase tudo para os passageiros, que estão sempre chacoalhando de um lado para o outro. Eu não entendo como tem quem abra mão de um confortável sedã médio para ter uma picape dessas para o dia-a-dia. Claro que não estou considerando aqueles que usam a caçamba para carregar algo, mas sim aqueles que compram apenas pelo estilo. Acredite, muitos compram picapes somente por isso, e nesses casos acredito que a Fiat Toro seja mais sensata.

Sobre equipamentos, a lista é bem generosa, com destaque para o auxílio de descida, controle de estabilidade, alerta de colisão, alerta de mudança de faixa, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, retrovisor interno fotocrômico, banco do motorista com regulagens elétricas, aviso da pressão em cada um dos pneus, central multimídia com espelhamento de celular, câmera de ré e bluetooth, entre outros equipamentos comuns de se esperar num automóvel de quase R$ 140 mil.

Lamentável é a ausência de apoio de cabeça para o quinto passageiro e airbags laterais e de cortina. Como assim, GM?

Rodei bastante com a S10 (cerca de 500 km), mas em sua grande maioria em ciclo urbano. Nessas condições, fez 5,7 km/l com gasolina e 4,2 km/l com álcool. Como eu já tinha adiantado, ela bebe bem, mas será que o comprador está preocupado com isso? A versão LTZ com motor diesel certamente é mais econômica, mas custa incríveis R$ 47 mil a mais – exatamente o preço de um Onix Joy.

Tendo listado todos os atributos, volto a falar sobre a mudança. A picape beira os 5,40 m de comprimento, mas somente 2,32 m são para carga. Acomodar sofá, armário, mesa, fogão, geladeira e mais uma infinidade de coisas exigiu muita paciência nas inúmeras viagens. Não demorou para eu notar que fiz a escolha errada. Uma picape, ainda mais cabine dupla, não serve para isso.

De qualquer forma, ela fez o que podia. Em nenhum momento se recusou a carregar algo e, por mais pesada que estivesse, o motor estava sempre com sobra de potência.

Acompanham esta reportagem algumas fotos do mudança e o primeiro vídeo na “Garagem do Caçador”.

Felipe Carvalho é o primeiro caçador profissional de carros do Brasil. Acesse o site www.cacadordecarros.com.br e saiba mais. Inscreva-se no canal do Caçador de Carros no YouTube e curta a página do Felipe no Facebook.

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