Custo da mão-de-obra cai, matéria-prima avança

A jornalista Cleide Silva analisa no Estadão de domingo, 1º de junho, que as montadoras estão impondo condições para efetuar investimentos. É o que ocorre com o projeto da General Motors de levar uma nova família de veículos para a fábrica de São José dos Campos. Para efetivar a iniciativa a montadora exige contrapartidas como a redução de 30% no salário de novos funcionários. A cidade está dividida em relação ao pleito, mas a GM pode até mesmo fechar a unidade local e abrir uma nova fábrica no país. “O salário proposto é o mesmo pago na fábrica do ABC, onde a mão-de-obra sempre foi considerada a mais cara do Brasil” – disse José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM. Segundo a jornalista, exigir contrapartidas dos trabalhadores para investir virou regra na indústria automobilística, como acontece na Ford (criação de um segundo turno de trabalho, com 300 a 400 vagas). Em 2006 a VW ameaçou fechar a fábrica de São Bernardo do Campo se os trabalhadores não aceitassem reduzir benefícios. Reduzir custos trabalhistas, enquanto os preços de matérias-primas disparam, é uma tendência. Levantamento no setor de autopeças mostra que a participação da mão-de-obra no custo de produção dos carros caiu de 30% em 1995 para 17% em 2007. O que avançou nesse período de forma significativa foram os preços de matéria-prima: de 36% para 63%. As despesas gerais de fabricação também caíram: de 33% para 20%, em razão de diminuição de desperdícios e melhoras na gestão. Os dados são do Sindipeças (2 de junho).

Fonte: Automotive Business