Dirigimos: Mercedes Classe C chega em versão “quase híbrida”. Tem bom desempenho, mas é caro demais

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)

     

    Para não ficar para trás na onda de lançamentos de carros híbridos e elétricos no Brasil, a Mercedes decidiu lançar por aqui uma versão do Classe C que não é híbrida de fato, mas que está quase lá.

    Chamada de C 200 EQ Boost, ela é a grande novidade da linha 2019 do sedã, que ganhou basicamente mudanças no exterior. Autoesporte já teve a oportunidade de dirigir o modelo por estradas do interior de São Paulo e pudemos conferir que o desempenho é muito bom, mas a empresa cobra muito caro por isso: R$ 228.900.

     

    As outras versões variam de R$ 187.900 a R$ 259.900, sendo que a configuração imediatamente anterior à EQ Boost custa R$ 188.900. Quem fizer questão de levar a novidade terá que desembolsar R$ 40 mil a mais. As vendas de todas as versões começam em novembro.

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)

     

    O que muda na linha 2019?

    Todas as versões do Classe C passam a contar com faróis 100% em LED, novas lanternas do mesmo tipo, para-choques e rodas redesenhadas (17 polegadas em todas as versões, exceto a 300 Sport, que tem rodas de 18 polegadas). Por dentro, o modelo agora empresta o volante multifuncional do Classe S, que tem como diferencial dois comandos sensíveis ao toque, um de cada lado, para ajustar o quadro de instrumentos e a central multimídia do carro. Além disso, todas as versões agora têm sistema que monitora a distância dos carros à frente e alerta o motorista caso detecte uma desaceleração que aumente o risco de acidente.

    Uma novidade exclusiva da versão C 200 EQ Boost é a central multimídia de 10,2 pol, maior que a de 5,5 polegadas oferecida nas versões iniciais. Ela conta com sistemas Android Auto e Apple CarPlay, além de permitir espelhar os apps Waze e Google Maps, mas ainda não tem sensibilidade ao toque, que é um recurso básico e prático para o dia a dia. Além disso, o quadro de instrumentos da nova versão é 100% digital e tem uma tela de 12,3 polegadas.

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)

     

    Motores e câmbios

    As versões iniciais do carro seguem com o motor 1.6 turbo de 156 cv e câmbio automático de sete marchas. Já a topo de linha Sport tem como diferencial o parrudo motor 2.0 turbo, que passou de 245 cv para 258 cv.

    A EQ Boost é, claro, a versão com mais mudanças debaixo do capô. Como não se trata de um carro de fato híbrido, ele tem apenas um motor 1.5 turbo de 183 cv. Mas, um sistema batizado de BSG usa uma correia para gerar energia elétrica. Essa energia alimenta uma bateria de 48V, que serve como uma espécie de gerador para o motor a combustão.

    Isso garante, segundo a Mercedes, 14 cv a mair na potência do carro (totalizando 197 cv) e uma economia de 10% no consumo de combustível. “O C 200 EQ Boost não é considerado híbrido porque não tem aceleração elétrica, mas é um dos carros mais eficientes da linha da Mercedes no Brasil”, explica Dirlei Dias, gerente sênior de vendas de automóveis da empresa. A Mercedes ainda não divulga as estimativas de consumo do carro no Brasil.

    O câmbio de todas as versões é automático de nove velocidades.

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)

     

     

    Ao volante

    No primeiro contato, dirigir o Classe C “quase híbrido” não é diferente de estar ao volante das versões à combustão. O motor 1.5 turbo tem ótimas respostas e garante fôlego suficiente para o carro.

    Nos modos Eco e Comfort, a aceleração é muito linear e o motorista sente o carro ganhar velocidade constantemente. O câmbio automático também é responsável por isso, já que as trocas de marchas são feitas completamente sem trancos.

    Mas, ao colocar no modo Sport ou Sport+, o comportamento do carro muda significativamente: a aceleração ganha vigor e o carro ganha velocidade rapidamente, enquanto as marchas são alongadas e o motorista sente um pouco mais a passagem entre cada uma delas. Isso sem falar no ronco, que invade um pouco mais a cabine.

    Quem quiser testar na prática as funções de economia de combustível terá que dosar um pouco o pé direito e manter o carro no modo Eco. É nessa função que entra em ação um sistema que chega a desligar o motor quando o carro está em velocidade de cruzeiro.

    Autoesporte testou essa função: em um trecho plano ou em ligeira descida, basta tirar o pé do acelerador para que a função Sailing entre em ação: o conta-giros desce gradativamente, até chegar a zero rotações. Nesse momento, o motor a combustão está completamente desativado e o carro segue em movimento graças ao sistema elétrico BSG.

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)

     

    A dirigibilidade segue sendo o ponto forte do Classe C: as suspensões filtram muito bem as irregularidades do solo e não maltratam a coluna dos ocupantes mesmo em ruas um pouco mais esburacadas. Além disso, o revestimento acústico impede que barulhos do lado de fora invadam a cabine, garantindo o conforto de todos.

    O ponto negativo fica para a ausência de algumas tecnologias e para o espaço interno. Apesar de duas pessoas viajaram com bom espaço para as pernas no banco de trás, o duto central é muito alto e impede que uma terceira pessoa viaje com qualquer conforto na parte central da segunda fileira de bancos.

    Mercedes Classe C "híbrido"  (Foto: Divulgação)