Economia mundial vai encolher até 2% em 2009, diz Banco Mundial

Ritmo da redução econômica não tem precedentes desde a Grande Depressão de 1930.

Agência O Globo/Reuters – 21/3/2009 – 13h41

BRUXELAS – A economia global vai encolher de 1 a 2 por cento este ano, afirmou neste sábado o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Ele disse ainda que o ritmo da redução econômica não tem precedentes desde a Grande Depressão de 1930.

Falando em conferência em Bruxelas, Zoellick referiu-se à previsão do Fundo Monetário Internacional de que a economia mundial vai encolher até 1 por cento este ano.

Ele afirmou: “Nós no banco vamos divulgar nossas projeções em breve, provavelmente na faixa de 1 a 2 por cento … Ainda não tínhamos visto um número como esse no mundo desde a Segunda Guerra Mundial, o que realmente significa desde a Grande Depressão.”

O presidente do Banco Mundial levantou preocupações sobre os atuais esforços dos governos para combater a crise, alertando para o risco de se fazer “muito pouco, muito tarde”.

Zoellick disse que estímulo fiscal sem resolver as origens da crise de crédito não terá efeito duradouro na economia.

Ele propôs que o G20, formado pelas 20 maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, cujos líderes vão se reunir em Londres em abril, crie um processo de análise para saber se novas medidas de estímulo serão necessárias para fazer a economia girar de novo.

“Alguns dos pacotes retiraram estímulos em 2010. Mas dada a incerteza desta crise, eu creio que seria importante se ter um processo de acompanhamento para saber se mais incentivos serão necessários em 2010.”

Zoellick fez ainda um alerta para a queda no comércio mundial, uma vez que os países recorrerem a mecanismos para proteger suas economias, e citou previsões do Banco Mundial de que até 400 mil crianças morrerão este ano como efeito indireto da crise econômica.

“Há questões que estão além da economia e vão para a política e estabilidade social”, disse o presidente do Banco Mundial. “Se as crianças não tiverem nutrição adequada nos primeiros anos, você perde uma geração.”

Fonte: Diário do Comércio