Ethanol Summit: setor ensaia volta do crescimento

 Demanda por etanol aumenta com gasolina mais cara e aumento da mistura
REDAÇÃO AB

Em um cenário ainda bastante difícil para a indústria sucroenergética, mas com perspectiva de aumento no consumo de etanol combustível no Brasil, foi aberta na segunda-feira, 6, a quinta edição do Ethanol Summit, que reúne cerca de mil participantes ao Golden Hall do World Trade Center, em São Paulo. No primeiro dia do evento foram abordados os principais desafios do setor de biocombustíveis em um ambiente pessimista para o crescimento econômico do País. Na apresentação de abertura do evento, Luis Roberto Pogetti, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar Unica, destacou que a oferta de etanol no País cresce 20% por ano, mesmo no cenário de crise atual. “Esse volume já é suficiente para contribuir com pelo menos 5 bilhões de litros de gasolina que deixaram de ser importados e a mitigação de uma quantia equivalente a 10 milhões de toneladas de carbono CO2”, disse Pogetti. A produção de etanol no Brasil praticamente dobrou nos últimos 10 anos, saltando de 14 bilhões de litros no início da década passada para quase 28 bilhões em 2015. O principal vetor desse crescimento foi a adoção da tecnologia de motores bicombustível flex, que rodam tando com gasolina como com álcool e hoje representam perto de dois terços da frota brasileira de veículos leves, algo como 21 milhões de unidades. Contudo, a manutenção dos preços da gasolina em níveis artificialmente baixos causou perdas pesadas ao setor, fazendo a produção recuar para menos de 23 bilhões de litros entre 2011 e 2013. Com isso, segundo a Unica, de 2008 para cá, no Centro-Sul região responsável por mais de 90% da produção 80 usinas fecharam as portas, 67 estão recuperação judicial e 10 podem ser fechadas ainda em 2015. A expectativa de melhora nas condições do setor vem de uma combinação de fatores: no ano passado o governo reduziu a tributação do PIS/Cofins sobre o etanol e este ano voltou a taxar a gasolina com a Cide; a alta do dólar tornou mais caras as importações de petróleo; a Petrobras voltou a reajustar o preço da gasolina com maior intensidade; e mais recentemente, em março, foi autorizada a ampliação de 25% para 27% da mistura de etanol anidro na gasolina, o que eleva obrigatoriamente o consumo do biocombustível – a Unica estima que a medida trará demanda extra de 1,1 bilhão de litros, o equivalente à moagem adicional de 14 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Em mensagem gravada para o Ethanol Summit, a ministra Kátia Abreu Agricultura reforçou a importância do setor e sua participação cada vez maior na matriz energética brasileira. “Demos pequenos passos para sinalizar ao segmento que teremos um futuro promissor”, disse a ministra, referindo-se à adoção da Cide para a gasolina e o aumento da mistura de etanol na gasolina. Com os incentivos, o etanol ganhou competitividade e, de acordo com projeções da Unica, a produção este ano pode superar os 28 bilhões de litros, o que será o melhor resultado histórico do setor. Também presente na seção plenária de abertura do Ethanol Summit, Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, reafirmou o compromisso da empresa em manter uma política de preços de acordo com o mercado. “O etanol é importante para que se diminua cada vez mais a importância do refino, e a Petrobras vai continuar buscando o desenvolvimento de uma matriz energética limpa a partir de outras alternativas”, afirmou o executivo. Na segunda plenária do evento, que teve como tema o impacto da nova realidade do petróleo no pré-sal e nos biocombustíveis, o professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo IEE/USP, destacou a importância de se transformar o etanol em commodity, para garantir previsibilidade e competitividade ao biocombustível nacional. Para ele é necessária a formação de preço via leilões para etanol hidratado e, possivelmente, t
Fonte: Automotive Business