

da Folha Online
A equipe de trabalho do governo dos Estados Unidos para a indústria automotiva exigiu uma reformulação dos planos de reestruturação das montadoras GM (General Motors) e Chrysler, para que libere novas ajudas a ambas, segundo reportagem desta segunda-feira no site do diário americano “The New York Times” (“NYT”).
Segundo o “NYT”, a Casa Branca solicitou que a Chrysler se associe com o fabricante italiano Fiat em um prazo de 30 dias, como condição para voltar a receber ajuda governamental. Membros do governo, que pediram para não serem identificados, disseram que, para as duas companhias, aceitar algum tipo de quebra para reduzir dívidas “poderia ser uma opção”.
A reportagem diz ainda que, na avaliação da equipe do governo, a GM fez um progresso “considerável” no desenvolvimento de modelos mais eficientes no consumo de energia e pode sobreviver se fizer um corte “acentuado” de custos. O governo dará 60 dias à GM para apresentar um plano de cortes de gastos e vai conceder ajuda para que se mantenha aberta nesse período.
Gary Malerba/Efe
Rick Wagoner deixou neste domingo a presidência da mmontadora General Motors
As mesmas fontes também afirmaram que membros do governo dos EUA tinham considerado que “nenhum” dos planos apresentados pela GM e pela Chrysler tem viabilidade e, portanto, não garantem os “substanciais” investimentos adicionais que solicitaram.
A GM confirmou na noite deste domingo (29) a renúncia imediata de Rick Wagoner como presidente da empresa. Fritz Henderson, até então chefe operativo, assume o cargo. Em uma nota publicada no site da empresa, Wagoner afirmou que se reuniu em Washington na sexta-feira com funcionários do governo que pediram sua saída para que a companhia pudesse continuar a receber ajuda estatal.
A GM tem mantido suas fábricas em funcionamento devido aos US$ 13,4 bilhões emprestados por Washington desde dezembro, e afirma que ainda pode precisar de mais até US$ 16 bilhões nos próximos anos.
Ontem, o presidente dos estados Unidos, Barack Obama, disse, em entrevista ao programa ´Face The Nation´, da rede CSB, que os fabricantes americanos de veículos precisam se esforçar mais para reestruturar o setor automobilístico e obter ajuda adicional do governo.
Plano
Hoje, Obama vai anunciar detalhes de um pacote de ajuda do governo para o setor automobilístico. Duas fontes ouvidas pelo “NYT” disseram que alguma forma de reestruturação através de concordata pode ainda ser a alternativa para uma ou mesmo ambas as montadoras.
No último dia 17, Wagoner disse confiar em que a empresa conseguirá se reestruturar fora da corte de falências e que um pedido de proteção sob o capítulo 11 da Lei de Falências americana –o que equivaleria a uma concordata (ou a uma recuperação judicial no Brasil)– levaria a uma perda considerável de controle por parte da diretoria da empresa.
Tami Chappell/Reuters
Robert Nardelli, da Chrysler, diz que governo não descarta possibilidade de concordata
Ele disse que uma concordata “poderia funcionar, mas talvez não funcione”, segundo o jornal americano “The Wall Street Journal” (“WSJ”).
Já o executivo-chefe da Chrysler, Robert Nardelli, disse no mesmo dia que a possibilidade de uma concordata não foi descartada pela força-tarefa do governo. “Todas as opções estão sobre a mesa”, disse Nardelli à rede americana de TV CNBC. “Eles [a força-tarefa do governo] não disseram que a concordata está definitivamente fora de questão. Acho que eles estão sendo muito cuidadosos para não sinalizarem nenhum tipo de decisão.”
Nardelli disse também que a parceria com a italiana Fiat é “essencial” para a empresa, e a parceria levaria a economias que poderiam ser utilizadas para pagar os recursos recebidos pelo governo.
Com informações da agência de notícias Efe
Fonte: Folha Online