Europa: Reciclagem de usados na troca por novos deve retornar

Europa: Reciclagem de usados na troca por novos deve retornar Europa: Reciclagem de usados na troca por novos deve retornar

Fonte / Auto News e Noticias Automotivas

A crise do coronavírus vai impactar enormemente a indústria automotiva mundial e a Europa terá enormes prejuízos após a pandemia. Contudo, outro momento econômico péssimo para o setor serve de exemplo para uma reação mais rápida de empresas e governos.

Em 2008, a crise econômica mundial – decorrente da quebra do banco Lehman Brothers – arrastou o setor automotivo para uma situação muito difícil, especialmente nos EUA, mas na Europa, a saída foi a criação de programas de reciclagem para substituir a frota antiga em circulação e impulsionar as vendas de carros novos.

Diferente de mercados emergentes ou em desenvolvimento, a Europa é um bloco consolidado há décadas, assim como EUA e Japão. Fazer crescer as vendas só se dá quando os consumidores trocam de carro e para fazer isso, a reciclagem foi o impulsionador do resgate dos emplacamentos.

Europa: Reciclagem de usados na troca por novos deve retornar

Agora, diante do Covid-19, o mercado já visualiza novos programas de reciclagem para recuperar as vendas de forma mais rápida quando a pandemia passar. Contudo, diferente de 2008, a situação agora é muito pior, visto que a produção quase que por completo em todo o continente e os empregos em massa estão ameaçados.

Só na Alemanha, a estimativa é de 100 mil demissões. Além disso, mesmo que a retomada do mercado se inicie, outros setores da economia estarão tão ou mais fragilizados. Ainda assim, a reciclagem será um recurso importante na lenta retomada do ritmo.

Em 2008, a França deu bônus de € 1.000 para troca do carro velho com emissão até 160 g/km de CO2 por um novo. Mesmo reduzido para € 500 no ano seguinte, o programa resultou em 1,1 milhão de automóveis vendidos dessa forma. Também foram recolhidos o mesmo montante para reciclagem.

Na Alemanha, foram € 2.500 de bônus para carros acima de 9 anos, o que resultou em alta de 23% nas vendas de 2008, que fecharam em 3,81 milhões de veículos. Só em 2011 o mercado local voltou ao normal, mas foram gastos € 1,5 bilhão para acelerar o processo.

A Itália começou seu plano antes da crise, com € 800 acima 140 g/km e terminou a reciclagem em 2009 com € 1.500 para acima de 120 g/km, o que garantiu uma queda de 13% nas vendas desse ano. No Reino Unido, em 10 meses, foram vendidos 400 mil carros novos e tirados o mesmo montante com mais de 10 anos. O bônus era de £ 2.000.