Fabricantes de peças de SC já analisam expansões para 2009

Valor Econômico | 4/9/2008 – 10h02

Grandes empresas do setor de autopeças de Santa Catarina, localizadas principalmente na região norte do Estado, estão avançando nos investimentos em aumento de capacidade de produção. Beneficiadas pelo crescimento das vendas de veículos, principalmente no mercado nacional, o setor colhe um faturamento maior e tem perspectivas de fechar o segundo ano consecutivo com melhora superior a dois dígitos nas vendas.

Representantes do setor como Schulz, Tuper, Tupy e Caribor estão partindo para novos investimentos. A Tupy já concluiu parte do plano anunciado em março, que prevê R$ 385 milhões até 2010, sendo R$ 175 milhões em novas linhas de fundição. A Schulz, fabricante de peças usinadas, fechará 2008 com um incremento de 20% na sua capacidade de produção, que passará para 84 mil toneladas/ano, com investimentos de R$ 52 milhões. A Tuper, fabricante de tubos de precisão, mal está terminando um investimento e já prevê um novo para ampliação da produção. E a Caribor, que fabrica componentes de borracha, acaba de realizar uma reengenharia na sua fábrica para aumentar sua capacidade instalada em 15% e traça planos para uma nova unidade no Estado.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Autopeças (Sindipeças-SC), as principais indústrias catarinenses do setor devem fechar 2008 com crescimento de 12% no faturamento em reais e de 35% no faturamento em dólar, atingindo US$ 1,9 bilhão. Em 2007, o incremento foi de 16,6% em reais e de 25,9% em dólar. “É o ciclo mais importante de crescimento na história do setor em Santa Catarina”, acredita Hugo Ferreira, vice-presidente do Sindipeças-SC, que diz que crescer de forma forte em dois anos consecutivos é algo raro no setor, ainda que haja uma ligeira desaceleração em 2008 na comparação com os dados de 2007. Para 2009, a previsão também é de crescimento, um pouco mais moderado, de 9%, explica Ferreira. Ele considera que seria muito difícil manter o ritmo de 2007, um ano fora do comum para o setor pela explosão na comercialização de veículos.

A maior parte das autopeças – o setor é composto por 164 empresas no Estado, principalmente pequenas e médias – está focando os investimentos em máquinas, aproveitando a valorização do real ante o dólar para importação dos bens de capital, e mudando processos. Ferreira diz que os novos investimentos são principalmente para pôr fim aos gargalos nas fábricas. Com os recursos, as empresas tentam se preparar também para os avanços futuros das montadoras, como GM e Toyota, por exemplo, que já anunciaram novos investimentos no Brasil, ainda que nenhum dos investimentos em fábrica de veículos seja em SC. O Estado, que está geograficamente localizado no meio de dois pólos automotivos (RS e PR), recebeu neste ano apenas investimentos da GM em uma nova fábrica de motores, que será instalada em Joinville, com previsão para inauguração no último trimestre de 2009.

Segundo Ovandi Rosenstock, presidente da Schulz, 2008 foi o quarto ano de aumento de produção e mais R$ 40 milhões já estão projetados em investimentos para 2009, também para ampliação por conta da continuidade do aquecimento da demanda. Ele diz que o mercado nacional deverá consumir 20% a mais no próximo ano, assim como o mercado europeu, em peças de caminhões, ônibus, tratores e máquinas agrícolas. “Citaria Mercedes Benz, Volvo, Scania, John Deere, MWM International como empresas que possuem agressivos programas de aumento de produção.”

O cenário, que se mostra promissor a longo prazo, também motiva a Tuper, de São Bento do Sul. Até novembro, a empresa finaliza investimento de R$ 18 milhões para dobrar sua capacidade de produção de tubos de alta precisão para veículos e atingir 800 toneladas por mês. Frank Bollmann, presidente da empresa, vê como necessários já para os próximos três anos outros R$ 60 milhões em investimentos, mais da metade desses recursos novamente serão destinados a ampliação do segmento automotivo. “Queremos entrar mais forte nesse setor. Estamos sendo muito procurados por montadoras e sis
Fonte: Webtranspo