Fábricas querem ir além da norma

Política de sustentabilidade será mais abrangente na produção de veículos

Texto: Fernando Calmon

Todos os grandes grupos automobilísticos internacionais já implementaram ou estão próximos de anunciar uma política abrangente de sustentabilidade na produção de veículos. A intenção é ir além do padrão previsto na norma internacional da série ISO 14040, que cuida da avaliação do ciclo de vida dos produtos do ponto de vista de gestão ambiental.

A evolução foi rápida desde as primeiras ações focadas apenas em diretrizes de reciclagem, no início dos anos 1990. A etapa seguinte representou um passo intermediário, focado no projeto de veículos voltado às preocupações ambientais, implantado por diversos fabricantes na virada do século.

O cenário atual abrange o projeto e desenvolvimento de veículos centrado em sustentabilidade, utilizando todas as ferramentas reais e virtuais disponíveis. Trata-se de uma estratégia de aplicação paulatina. Os novos modelos já terão sido pensados e “engenheirados” com esse grau de conscientização, inclusive aproveitando ao máximo os recursos de informática e de novas tecnologias.

Algumas dessas características poderão ser compartilhadas com os automóveis hoje em produção. Outras dependem de que o projeto parta do zero pela complexidade das modificações. O entendimento do que sejam os elementos-chave de sustentabilidade em um veículo podem variar um pouco. Em geral, oito atributos, pelo menos, são listados:

1. Potencial de menor impacto sobre o aquecimento global, ao longo do ciclo de vida, quanto às emissões de CO2.

2. Potencial de melhora da qualidade do ar considerando emissões ainda mais reduzidas de gases tóxicos.

3. Utilização crescente de materiais recicláveis ou obtidos de fontes renováveis em diferentes peças e componentes.

4. Gerenciamento e exclusão de substâncias que podem causar alergias, com preocupação principal no habitáculo em itens de manuseio e acabamento.

5. Redução de emissão de ruídos de passagem dos veículos.

6. Aumento de segurança passiva e ativa em prol não apenas dos ocupantes, mas também dos pedestres envolvidos em acidentes.

7. Capacidade coerente com a melhor prática de mobilidade, compatibilizando o espaço para passageiros e bagagem em função das necessidades de trânsito das grandes cidades.

8. Contenção dos custos de propriedade ao longo do ciclo de vida, focando em especial nas despesas de manutenção nos três primeiros anos que se superpõem aos gastos com financiamentos.

Mobilidade sustentável implica enormes desafios. Vai exigir da sociedade uma abordagem integrada de todos os participantes do setor de transportes: fabricantes, usuários, legisladores e administradores. Tudo em plena harmonia.

Fonte: Webmotors