Feira traz inovações para carros adaptados


Táxi que acomoda cadeiras de rodas e bancos com ´rodinhas´ são novidades na Reatech.
O evento acontece até 27 de abril, no Centro de Exposição Imigrantes, em São Paulo.

Priscila Dal Poggetto
Do G1, em São Paulo

Táxi que acomoda cadeiras de rodas, carro com piso que rebaixa, bancos giratórios e com “rodinha”. Essas são algumas das novidades em veículos adaptados apresentadas na VII Reatech, a Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. O evento acontece até 27 de abril, no Centro de Exposição Imigrantes, em São Paulo.

As inovações se tornam cada vez mais viáveis em função do aumento da procura por carros adaptados, já que o volume de vendas barateia o custo tecnológico. Somente em 2007 foram vendidos no Brasil cerca de 20 mil carros para pessoas com deficiência e familiares, o que gerou a movimentação de R$ 800 milhões no segmento. Para este ano, a previsão do setor é que as vendas aumentem 20%, pelo menos, atingindo a marca de 25 mil carros zero quilômetro vendidos — o que movimentaria R$ 1,2 bilhão.

Para conquistar o mercado consumidor crescente, Honda, Toyota, Peugeot, Renault, Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford investem em produtos com câmbio automático com preços de até R$ 60 mil, no caso, para atender a legislação que isenta IPI e ICMS da compra feita pelo deficiente.

A Toyota, por exemplo, disponibiliza o novo Toyota Corolla 1.6 VVT-i automático, já a Fiat apresentou o Stillo Dualogic, com câmbio que permite ao motorista escolher a condução automática ou manual. A Ford oferta o EcoSport em versão de série com câmbio automático, ar-condionado, direção hidráulica, tri elétrico, air bag duplo e freios ABS.

De acordo com o supervisor de vendas especiais da Honda, Ricardo Rodrigues da Silva, somente 20% dos portadores de algum tipo de deficiência física precisam de adaptações mais específicas, como acelerador e freio manuais. “Desses carros vendidos com isenção para deficientes, 80% possuem apenas direção hidráulica e câmbio automático”, observa. A Honda é líder no segmento e comercializa cerca de 500 carros por mês para deficientes físicos.

Na opinião do responsável pelas vendas especiais da Fiat, Paulo de Lucca, a comercialização desses produtos que facilitam a condução deve ganhar mais força no mercado com a utilização desses itens por pessoas idosas. “É uma questão de mudar a cultura”, observa.

Para fazer as adaptações estruturais, todas as marcas contam com empresas fornecedoras da tecnologia, homologadas para fazer instalações especiais, como alavancas de aceleração e frenagem na parte lateral do volante. “Após a compra, os carros são enviados às nossas oficinas onde são adaptados. O serviço é rápido e está dentro da garantia das montadoras que nos autorizam”, explica o gerente comercial da Cavenaghi, Raul Oliveira Neto. A Cavenaghi é líder em adaptação veicular e possui mais de 70% de participação nesse mercado.

Segundo ele, a Volkswagen tem um trabalho de linha para a adaptação dos produtos. “As peças que desenvolvemos em conjunto com a marca têm o nome Volkswagen. Eles fabricam o carro, nós fazemos a adaptação e, por fim, o carro volta para a fábrica para ser dado o acabamento final”, afirma Oliveira Neto. A Renault faz trabalho semelhante com apenas um modelo, a van Master Acesso.

Fonte: G1 Globo Online