Fiat não desistirá da Venezuela

As montadoras de veículos que exportam para o mercado venezuelano finalizam seus documentos com a quantidade que pretendem vender no ano que vem naquele país. Apesar das dificuldades impostas pela política setorial do governo, a Fiat, sem intenção de desistir da estratégia de expansão na Venezuela, já planeja volumes muito maiores para 2009 e aposta intensamente não apenas nas vendas, mas também na área de pós-venda.

A data limite para a entrega dos pedidos é 30 de setembro. O governo, porém, deve apresentar seu parecer só trinta dias depois. A montadora intenciona enviar 30 mil unidades para 2009 de toda a gama de produtos fabricadas no Brasil, com exceção do recém-lançado Línea. Em 2008 a cota da Fiat foi de pouco mais de 6 mil unidades. Mesmo com a grande possibilidade de o governo venezuelano liberar quantidade bem menor do que a prospectada, a Fiat promete não tirar o pé do acelerador em seus planos de expansão. Segundo Dimas Avelar, gerente de vendas para a Colômbia e Venezuela, o país é um dos mais importantes da região e, apesar da recente crise, a montadora tem uma visão otimista da situação.

Dentre os quesitos analisados para a definição da quantidade que será importada para o país estão: proporcionalidade com o mercado total, índice de nacionalização, autonomia dos modelos e a possibilidade de converter seus motores ao gás. Esta última exigência está relacionada aos 30% da produção ou importação de veículos serem exclusivos para modelos movidos a GNV. A Fiat já confirmou em seu documento que exportará o Palio e o Siena para atender às regras relacionadas ao combustível incentivado pelo governo venezuelano.

Se as vendas estão no controle de outras mãos, a montadora direciona seus investimentos na área de pós-venda. Avelar conta que um dos focos está na parte da frota venezuelana com até sete anos de uso. “Hoje, nesta faixa de idade, são cerca de 90 mil veículos da Fiat que rodam no país. É um volume importante que merece atenção porque precisarão de peças e serviços adequados das nossas concessionárias.”
Atualmente a companhia tem quarenta concessionárias na Venezuela que preparam estoques de peças de reposição e treinam mecânicos para receberem os futuros clientes.
(Maira Nascimento)

Fonte: Boletim Autodata