General Motors do Brasil agora dá as cartas

DCI | | 28/7/2008

SÃO PAULO – O que é bom para a General Motors do Brasil passou a ser bom para a “empresa-mãe”, gigante norte-americano da indústria automobilística que se tornou um dos ícones da maior economia do planeta. A GM passa por uma situação nunca vista em sua centenária história: o conglomerado, que se tornou sinônimo do sucesso e do poder da economia dos Estados Unidos, vive uma sucessão de más (quando não péssimas) notícias, com prejuízos que já somam bilhões de dólares.

Na contramão, a GM brasileira vive em céu de brigadeiro. “Fecharemos este ano contabilizando novos recordes de produção e de vendas”, comemora José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM do Brasil, que em seus 40 anos na subsidiária do País viveu um período que parecia sem fim de “vacas magras” e agora participa da rápida ascensão da unidade brasileira dentro do grupo.

Pinheiro Neto tem números para justificar essa disparada, que em pouco tempo elevou a subsidiária da GM no Brasil da posição de mera coadjuvante para um papel central dentro da corporação. O executivo recorda que o balanço semestral recém-divulgado da GM do Brasil mostrou um crescimento de 32% nas vendas do primeiro semestre de 2008, um percentual maior do que a média da indústria automobilística no País, que também vive um período de seguidos recordes.

“Nos últimos meses, os executivos da GM do Brasil que vão à matriz nos Estados Unidos recebem um tratamento diferenciado. Somos até convidados para almoçar com o presidente mundial do grupo”, conta Pinheiro Neto.

Para falar sobre o desempenho da empresa no Brasil, da importância da unidade para a matriz norte-americana e das mudanças no setor provocadas pela busca por combustíveis alternativos ao petróleo, José Carlos Pinheiro Neto conversou com o jornalista Roberto Müller no programa “Panorama do Brasil”, que também contou com Milton Paes, da rádio Nova Brasil FM, e Theo Carnier, do jornal DCI.

Leia a seguir os principais trechos dessa entrevista:

Roberto Müller: Como você avalia 2008 para a General Motors? Qual é a importância deste ano para a vida da empresa?

José Carlos Pinheiro Neto: Este ano está indicando que será de recordes históricos tanto para a GM quanto para a indústria automobilística aqui no Brasil. A indústria prevê colocar no mercado interno algo em torno dos 3 milhões de veículos. A GM especificamente vai colocar de 650 mil a 700 mil unidades e, para isso, está tomando uma série enorme de providências no sentido de aumentar a produção consideravelmente para atender a crescente demanda. Esse cenário é muito bom também para o consumidor, extremamente positivo para ele. O mercado vive em céu de brigadeiro, mas é importante notar que já se nota uma certa redução na velocidade de vendas. A gente observa que ela já não é a mesma de meses anteriores. Hoje já não se fala mais em fila, o que é bom, porque denota que o nosso consumidor, está sendo beneficiado, tendo uma oportunidade efetiva escolha. De qualquer forma, as vendas continuam muito bem e não há nenhum indicativo de que este cenário vá mudar até o final do ano.

Roberto Müller: Quanto a GM vai crescer esse ano?

José Carlos Pinheiro Neto: A GM está crescendo mais do que a média do mercado que está acima de 25%. A GM registra um crescimento superior aos 30%.

Theo Carnier: Em que posição a GM se encontra no ranking brasileiro de montadoras?

José Carlos Pinheiro Neto: Nós estamos hoje em terceiro lugar em vendas. Em faturamento, a GM está em segundo lugar, até porque os veículos da GM, normalmente têm um valor mais elevado. Em 2007, o resultado já havia sido muito bom e este ano está sendo até melhor.

Milton Paes: Qual foi o faturamento da GM do Brasil em 2007 e qual a previsão para este ano?

Roberto Müller: Aproveitando, você poderia fazer um comparativo entre a matriz e a GM do Brasil e também com relação aos mercados emergentes?

José Carlos Pinheiro Neto: Em 2007, nós tivemos um faturamento aproximado no Brasil de US$ 9 bilhões e a previsão p
Fonte: Webtranspo