Com estas dificuldades no mercado, Letícia estima que em 2013 serão vendidas entre 8 e 9 milhões de unidades. No ano passado, as montadoras dos Estados Unidos venderam 13 milhões de unidades. “A retomada dificilmente volta a um patamar de cinco anos”, diz.
Em relação à situação da General Motors (GM), Letícia avalia que caso a montadora abra falência, toda a cadeia produtiva será afetada, “vai impactar também todas as outras montadoras”, acrescenta.
Com a crise financeira mundial, a vice-presidente analisa que a indústria automobilística será outra após este período turbulento, no sentido de haver consolidações e reestruturações. “Depois da crise, o mercado terá uma nova indústria. As preferências dos consumidores vão mudar e devem surgir colaboração entre as empresas, com isso elas vão encontrar uma forma de investir e gerenciar custos”, acredita.
Letícia Costa enfatiza que é fundamental para uma empresa sair da crise continuar com os investimentos, rever seus parceiros e adequar sua produção à nova demanda. “Isso vai gerar uma nova indústria com novos patamares de produção, mais baixos, só que adaptados ao cenário, além de players diferentes”. E complementa: “o quadro é incerto e volátil, mas vai acabar gerando mudanças para a indústria”.
Já em relação ao Brasil, a vice-presidente da Booz & Company afirma que mesmo com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dificilmente o volume de produção e vendas vá se sustentar. “Acho difícil retomar a taxa de crescimento porque a inadimplência aumentou, o custo do crédito ainda continua ruim, além das concessões de crédito continuarem em queda”, avalia.
No ano passado, a produção total de veículos no Brasil foi de 3,21 milhões de unidades, representando um incremento de 8% em relação a 2007, quando foram produzidos 2,98 milhões de unidades. No mesmo sentido, o licenciamento total de veículos novos foi de 2,82 milhões de unidades em 2008, mostrando expansão de 14,5% face ao ano anterior. (Déborah Costa – InvestNews)
Fonte: Gazeta Mercantil