China: coronavírus já afeta montadoras de automóveis no país

China: coronavírus já afeta montadoras de automóveis no país

Fonte: CNN / Notícias Automotivas

Imagine uma cidade do tamanho de São Paulo, com “apenas” 1,2 milhão de habitantes a menos que a capital paulista, fechada totalmente. Essa é Wuhan, uma das maiores metrópoles da China, que enfrenta um surto do coronavírus, considerado altamente mortal.

A crise que se abateu sobre Wuhan já está ameaçando a economia chinesa como um total e, logicamente, um dos setores que serão atingidos é o automotivo. A cidade possui diversas fábricas de automóveis, autopeças e sistemas para a indústria automobilística.

Considerada uma “motor city” chinesa, Wuhan tem 11 milhões de habitantes e um mercado altamente desenvolvido, mas não apenas isso. De lá, saem milhares de carros para atendimento da demanda nacional e exportação a outros países. GM, Nissan, Renault, Peugeot, Citroën, DS e Honda são algumas das marcas que possuem modelos feitos no local.

Só a GM (Shanghai-GM-Wuling) tem em Wuhan 10% de sua força de trabalho na China, envolvendo 6.000 pessoas. Para escoar a produção, as montadoras locais contam com um complexo de modais, especialmente o rodoviário, porém, as imensas e famosas cegonhas chinesas (que desafiam até a lei da gravidade) não podem circular livremente.

China: coronavírus já afeta montadoras de automóveis no país

Muitas estradas de Wuhan estão fechadas, assim como linhas ferroviárias e os aeroportos. Com queda progressiva nas vendas de automóveis, a China entra num momento perigoso para a vida humana e também nos negócios, uma vez que o setor vem brigando para manter o desempenho de antes, mas enfrenta barreiras físicas por conta da epidemia.

Capital da província de Hubei, Wuhan é o centro de uma região de 30 milhões de pessoas com alto nível de consumo de veículos e outros bens. Com as restrições, a indústria automotiva sofrerá um grande impacto se a situação se manter. No país, as vendas de automóveis caíram 2,3 milhões de unidades em 2019.

Antes do coronavírus, o governo de Pequim já havia alertado para uma nova queda em 2020, o que deve levar bem para baixo dos 23 milhões emplacados no ano passado. Por lá, o temor geral (em termos econômicos, é claro) é de queda de 1,2% economia do país por conta das restrições para evitar a propagação do coronavírus.

Na região, só a Renault produziu 180.000 carros no ano passado e emprega 2.000 pessoas. Por causa da crise em Wuhan (e seu impacto nas vendas), as ações da montadora francesa caíram 7%, chegando a 14% com o efeito da crise de Ghosn. A PSA vendeu 55% menos em 2019 e agora vê sua fábrica fechada temporariamente por causa do vírus.

Na Honda, que em Wuhan tem 11% de sua receita global, mantém fechadas suas três fábricas até 2 de fevereiro. A GM, por ora, ainda não parou, apenas mandando para casa os empregados que não estão bem.