Jeep Cherokee Sport não nega as origens


25/06/2008 – Texto e fotos: Anelisa Lopes

A bordo do Jeep Cherokee Sport, procurando uma estação de rádio, outra música não poderia tocar em melhor hora para definir a vocação deste veículo. ‘De que me adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar; adeus paulistinha do meu coração, lá pro meu sertão eu quero voltar’. A estrofe é da composição Saudade da Minha Terra, da dupla Goiá e Belmonte, datada de 1966, pouco tempo após a chegada da marca Jeep ao mercado.

Diferentemente do que tem acontecido com diversos veículos, que incorporam adereços para ganhar um visual fora-de-estrada, o Cherokee Sport veio do campo e se enfeitou para ir à cidade. E, durante a condução, é nítida essa vocação off-road do Jeep, que dispõe de tração 4×2, 4×4 auto e 4×4 para baixas velocidades; o controle da força é feito automaticamente por meio de uma pequena manopla ao lado do câmbio.

Dotado de um motor V6 de 3,7 litros, o novo Cherokee Sport, agora de faróis quadrados, tem preço sugerido de R$ 125 mil. O trem de força é capaz de desenvolver 211 cv de potência a 5.200 rpm e está associado a um câmbio automático de 4 velocidades. O torque de 31,3 kgfm é atingido na faixa das 4.000 rotações. De acordo com informações da montadora, o consumo registrado na cidade corresponde a 5,9 km/l, enquanto na estrada passa a ser de 11,2 km/l.

Desempenho na terra é incontestável

No 4×2, em vias pavimentadas, é preciso um pouco de tempo para se acostumar ao jeito arredio do Cherokee Sport. Apesar de ser um carro leve, não é tão simples manobrá-lo em meio ao trânsito ou estacioná-lo dentro do shopping. Isso porque ele possui pouco esterço, além do seu porte avantajado (4,49 metros / 1,83 m / 1,79 m no comprimento, largura e altura, respectivamente, além do peso de 1.935 quilos).

Um sensor traseiro de distância localizado na parte de dentro da porta do bagageiro, visualizado por meio do retrovisor interno e sob a forma de leds, ajuda nas manobras, com sinalização luminosa e sonora. Por falar em porta-malas, a capacidade do compartimento é de 419 litros com os bancos em posição normal.

Para os mais baixinhos, falta um ajuste de altura do banco, já que é preciso ficar se espichando para a frente para conseguir visualizar a dianteira do veículo. Se para os mais baixos, a dificuldade está na visibilidade dianteira, para os mais velhos está no acesso ao habitáculo. Com uma boa altura do solo, o Jeep também dispõe de pouco espaço na traseira, além de um porta-copos localizado em lugar pouco estratégico (nos pés dos passageiros de trás).

Na terra, ele se sente em casa. Todo o refinamento do veículo dá um ar de fragilidade ao modelo. Puro engano. No 4×4, tanto no modo auto como low, o Cherokee Sport mostra um excelente controle ao passar por terrenos de baixa aderência, jogando toda a força onde é mais necessário. A valentia já pode ser comprovada em um dia chuvoso, ao tentar vencer uma ladeira de paralelepípedo. O carro sobe ´agarrado´ ao chão.

O Cherokee Sport traz elementos do primo off-road Wrangler, percebidas na cabone compacta, e um pouco da essência do Commander, cuja importação no Brasil foi por um curto período de tempo. Airbags dianteiros, laterais dianteiros e traseiros, ar-condicionado automático, programa eletrônico de estabilidade, sistema antirolagem da carroceria, faróis dianteiros de neblina, freios com ABS, piloto automático, CD player com MP3, rodas de liga leve de 16 polegadas, controle de tração, vidro traseiro basculante e trio elétrico (acionamento elétrico dos vidros, retrovisores e travas) são equipamentos de série no modelo.

Fonte: I Carros