Junho soma 122.790 emplacamentos

Volume de veículos leves emplacados supera 100 mil pela primeira vez desde início da pandemia

PEDRO KUTNEY, AB

Pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil o mercado de veículos leves superou a marca de 100 mil unidades emplacadas em um mês. Após resultados muito impactados pelo fechamento de concessionárias e Detrans, o volume de junho somou 122.790 automóveis e utilitários leves emplacados, segundo dados obtidos por Automotive Business.

O resultado superou as expectativas de analistas e entidades do setor como Fenabrave e Anfavea. O total de emplacamentos registrados em junho é mais que o dobro do verificado em maio (56.639), representa alta de 117% sobre o mês anterior. Contudo, os impactos da pandemia ainda são muito fortes nos resultados do mercado nacional de veículos: o volume de junho está 42,5% abaixo do número do mesmo mês um ano atrás (213.438).

Dois fatores puxaram para cima o resultado mensal: a reabertura ao público da maioria das concessionárias no País e a retomada de atividades nos Detrans. Por isso ainda não é conhecido o quanto emplacamentos que ficaram represados ajudaram a inflar o volume do mês. Os licenciamentos de junho devem incluir número relevante de carros vendidos em abril e maio que ainda não tinham sido emplacados, porque a maioria dos Detrans no País estava fechada, incluindo o de maior movimento, em São Paulo. Esse impacto será melhor avaliado em julho, quando vendas e veículos lacrados terão números semelhantes, apontando melhor a tendência do mercado.

Também ajudou a inflar os emplacamentos de junho o fato de o mês ter mais dias úteis, 21, o que fez a média de vendas diárias dobrar, para 5.847, contra apenas 2.831 em cada um dos 20 dias úteis de maio – substancialmente reduzidos na cidade de São Paulo, que adiantou três dias de feriados e decretou ponto facultativo em uma sexta-feira.

Considerando os 122.790 emplacamentos de junho, o volume acumulado de veículos leves emplacados no primeiro semestre de 2020 soma 763,3 mil unidades, o que representa retração de 39% sobre os 1,25 milhão de automóveis e utilitários vendidos no mesmo período de 2019.