Mais informações sobre o acordo automotivo com o Uruguai

Foto: divulgação                             Governo renova acordo automotivo com o Uruguai até 2014
Uruguai poderá exportar sem impostos o modelo Tiggo, que parece o EcoSport.
Segundo Ivan Ramalho, do MDIC, objetivo é estimular investimentos no país vizinho.

Alexandro Martello

Do G1, em Brasília

O governo brasileiro renovou nesta quinta-feira (26), durante reunião em Brasília, o acordo automotivo com o Uruguai até junho de 2014, segundo confirmou nesta o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho.

O secretário notou que este é o acordo automotivo mais longo fechado entre os dois países. Até o momento, o Brasil e o Uruguai fechavam acordos automotivos em bases anuais. “O acordo, por ser longo, vai permitir mais segurança para investimentos no Uruguai”, disse Ramalho a jornalistas.

O Ministério do Desenvolvimento lembrou que há uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas brasileiras que desejem investir no exterior. Segundo Armando Meziat, secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC, essa linha poderá ser utilizada para investimentos no Uruguai.

Bases do acordo
Pelas regras do acordo, o país vizinho poderá exportar carros ao Brasil, sem tributos, desde que pelo menos 60% dos componentes do veículo sejam fabricados dentro do Mercosul. Caso o percentual de peças de fora do Mercosul ultrapasse 40% do valor total veículo, há uma cota de 20 mil veículos por ano do Uruguai para o Brasil. No sentido inverso, a cota, isenta de tributos, é de 6,5 mil veículos por ano do Brasil para o país vizinho.

O comércio de ônibus, caminhões e máquinas agrícola pelo acordo, fica livre entre os países. O Uruguai poderá também exportar ao Brasil autopeças sem pagar tributos. Foi estabelecida ainda uma cota de 1,2 mil veículos blindados por ano para venda do Brasil ao Uruguai livre de impostos.

Números e expectativa
Em 2007, segundo números do MDIC, o Brasil exportou US$ 235 milhões ao Uruguai em automóveis e autopeças, enquanto importou US$ 18 milhões (somente em peças).

O objetivo do acordo, segundo o vice-ministro da Indústria do Uruguai, Gerardo Gader, é que as “assimetrias comerciais” (diferenças) entre os dois países se reduza com o passar do tempo e, ao fim do acordo, esteja próximo de um equilíbrio. O acordo prevê “ajustes trimestrais” a partir do terceiro ano de vigência.

Atualmente, o Uruguai produz um veículo da joint-venture sino-argentina Chery-Socma, mais especificamente o modelo Tiggo (parecido com o EcoSport). A expectativa é que as vendas deste carro ao Brasil somem 1,5 mil unidades neste ano e que, no futuro, este montante chegue a 20 mil carros por ano.

Argentina
O anúncio da renovação do acordo com o Uruguai vem após a divulgação, no fim de maio, do fechamento de um acordo semelhante com a Argentina, que, com o passar do tempo, permite a ampliação da venda de veículos produzidos no país vizinho ao Brasil.

Pelas regras do acordo fechado com a Argentina, que vai até 2013, o Brasil poderá importar até US$ 250, sem que seja cobrado o Imposto de Importação, para cada US$ 100 exportados ao país vizinho. Já a Argentina poderá importar até US$ 195 para cada US$ 100 exportados para o Brasil sem o imposto. Deste modo, o acordo facilita o acesso de produtos argentinos no mercado brasileiro com o passar dos anos. A partir de julho de 2013, o acordo prevê o livre comércio de veículos entre os dois países.

Fonte: G1 Globo online