Medidas de restrição ao crédito podem atingir venda de veículos

O governo federal prepara medidas alternativas para frear o crescimento do mercado de crédito, de modo que não seja necessário elevar a taxa básica de juros, informam Guilherme Barros e Sheila D´Amorim na edição de hoje da Folha

Com a taxa de juros mantido no atual patamar, o governo acredita que poderá segurar o ciclo de crescimento visto agora por mais tempo. Trata-se de uma lição de 2004, quando o crescimento foi interrompido porque o Banco Central se viu obrigado a elevar os juros para combater a inflação.

Em recente reunião com a área econômica, o presidente Lula perguntou quais as soluções para evitar pressão nos preços neste ano e, sobretudo, na virada para 2009, fora a elevação dos juros. Além de medidas para desacelerar a concessão de financiamentos, foi proposta a adoção de incentivos à exportação.

O setor que mais preocupa é o automotivo. O ministro Miguel Jorge (Indústria e Comércio) deverá anunciar no início do próximo mês uma política de incentivo às vendas externas e a idéia é que contemple as exportações de veículos, para “compensar” a restrição ao crédito no setor. Um dos pontos mais questionados é o financiamento muito longo, chegando a sete anos. A idéia é reduzir para até três anos.

Antes de anunciar tais medidas, o governo irá conversar na próxima semana com as partes empresariais envolvidas. Entre eles estarão os presidentes dos principais bancos privados, o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Fábio Barbosa, representantes do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) e empresários do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Fonte: Folha Online