Mercado automotivo não espera ressaca da ´festa´ de 2007

Arionauro/Carta Z Notícias                   Da Auto Press

O ano de 2007 vai se tornar um marco na indústria automobilística brasileira. Caso as projeções de crescimento em 2008 se concretizem, o ano que passou terá marcado o início de uma evolução de fato para setor. Isso porque 2007, com as 2,45 milhões de unidades vendidas no mercado interno, quebrou um recorde de dez anos e registrou um espantoso aumento de 27% em relação a 2006.

E as projeções para este 2008, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apontam para 2,88 milhões de unidades vendidas, o que representará um incremento de 17,5% no mercado interno. A produção alcançou 3,24 milhões, quase 9% a mais que as 2,97 milhões de unidades feitas em 2006.

“Acredito na manutenção da atual política monetária. O crédito vai se expandir e isso vai manter o crescimento do mercado”, avalia Jackson Schneider, presidente da Anfavea. Já Carlos Ghosn, presidente e CEO da Renault e Nissan, se mostra mais comedido. “O mercado brasileiro deve crescer acima de 10% em 2008. Como tem produtos novos e de qualidade, a Renault crescerá acima desse patamar e vai ganhar participação”, diz.

Sejam mais ou menos otimistas, as previsões levantam algumas dúvidas e preocupações. Economistas e especialistas temem que o mercado de automóveis no Brasil chegue a uma saturação com tanto crédito. O nível de endividamento do consumidor com os veículos pode fazer com que o cliente não renove a frota e deixe de comprar, gerando uma retração de mercado.

“O mercado está recebendo milhões de novos consumidores que vêm de uma classe que não tinha carro. Temos de lembrar que o Brasil tem 180 milhões de habitantes, e que um setor de 3 milhões de unidades vendidas não é tão excepcional”, afirma José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da General Motors.

Carros em falta
Outra preocupação com a forte demanda é o abastecimento. Há filas de espera de até três meses para se receber determinados modelos. Com o esperado aumento das vendas, a capacidade industrial do país terá de acompanhar este ritmo. Há investimentos previstos.

Várias fábricas inauguraram terceiros turnos em suas linhas de montagem, como a PSA Peugeot Citroën, em Porto Real (RJ), e a Honda, em Sumaré (SP). “A gente não chegou ainda à saturação da capacidade produtiva. Há é uma inércia da capacidade. É preciso situar onde estão os gargalos e administrá-los”, receita Michel Bernardet, diretor comercial da Citroën.

“Estávamos limitados por conta do fornecimento. A ampliação da fábrica foi concluída só em agosto”, emenda Alberto Pescumo Filho, gerente geral comercial de automóvel da Honda.

DADOS DO MERCADO

A produção de veículos também bateu mais um recorde, com 3,24 milhões de unidades produzidas. Perto da capacidade produtiva estimada hoje no país, que é de 3,5 milhões de unidades/ano.
Nas quatro principais montadoras do país, o índice de financiamento dos veículos vendidos beira os 90%.
A fábrica da Honda em Sumaré tem 65% de sua área ocupada e a montadora não descarta aumentar as instalações para ampliar a capacidade de produção.
A General Motors vai investir US$ 500 milhões no Mercosul em 2008. São US$ 300 milhões para a unidade de São Caetano do Sul – US$ 200 milhões para a fábrica do ABC Paulista e o restante para a engenharia – e outros US$ 200 milhões para a planta de Rosário, na Argentina.
Até outubro, o montante liberado pelo Sistema Financeiro Nacional para financiamento de veículos somava R$ 54,5 bilhões, 29,4% a mais que os 10 primeiros meses de 2006.

O otimismo é tão grande para este ano que os executivos do setor nem pensam em prazos maiores de financiamento. Apontado como um dos fatores para o crescimento do mercado interno, até outubro de 2007 as vendas a prazo respondiam por 72% do total de negociações de automóveis e comerciais leves no país, segundo dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

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Fonte: UOL Carros