Japão: Fusão entre Honda e Nissan seria saída para quebra de aliança

Fonte / Noticias Automotivas

Um relatório divulgado pelo jornal britânico Financial Times está repercutindo muito no Japão e no mercado internacional. Pelo texto, o governo de Tóquio tentou uma fusão entre Honda e Nissan por causa da crise na aliança desta última com a Renault.

A tentativa ocorreu antes mesmo de que a crise na aliança atingisse um nível mais grave e foi feita como uma alternativa,  caso houvesse quebra da aliança entre Renault e Nissan, deixando a montadora japonesa “exposta”.

Como meio de salva-la de uma possível bancarrota, uma vez que ficaria vulnerável financeiramente, o governo japonês teve a ideia de atrair a Honda para o negócio.

O relatório diz que o gabinete do primeiro ministro Shinzo Abe chamou as duas empresas para uma conversa, onde propôs a fusão entre Honda e Nissan, caso a aliança com os franceses fosse para o vinagre.

Contudo, apesar da boa vontade de Tóquio, Honda e Nissan recusaram veementemente uma fusão. Isso aconteceu em dezembro de 2019, antes que a pandemia de coronavírus impactasse as duas montadoras. Todas as partes recusaram comentar.

Como se sabe, Renault e Nissan chegaram a um acordo e criaram uma nova estratégia global, que também envolve a Mitsubishi, embora essa passe a ser mais localizada dentro da “tríplice aliança”.

Agora, cabe analisar o que haveria de benefício em uma fusão entre Honda e Nissan. A primeira possui sua própria tecnologia e a engenharia tornaria difícil um compartilhamento de peças e componentes com a concorrente.

Isso não permitira uma economia em escala global, gerando ainda mais prejuízo. Além disso, a Nissan tem uma grande de tecnologia da Renault, que obviamente cortaria alguns dos elementos chaves na sinergia.

Outro item que também remaria contra essa maré de fusão seria a diversidade tecnológica da Honda, que atua em diversos ramos de negócios. Contudo, juntas, as duas alcançariam a posição da Volkswagen, com mais de 10,4 milhões de carros vendidos anualmente e a passaria com a Mitsubishi também no negócio, assumindo a liderança global.