Mercado: Vendas para locadoras triplicam e concessionárias reagem

Mercado: Vendas para locadoras triplicam e concessionárias reagem

Fonte: InfoMoney

O mercado automotivo nacional está passando por uma mudança que, na visão de alguns, pode ser bem radical e prejudicar uma parte do setor. As vendas diretas subiram bastante nos últimos anos, ainda mais com o ingresso de milhares de consumidores com direito de PCD (Pessoa Com Deficiência).

No entanto, o mercado de PCD nem chega perto daquele voltado para as locadoras de veículos. De acordo com a Anfavea, as vendas cresceram 44% nos últimos dois anos, triplicando os emplacamentos para 520 mil carros em 2019. No mesmo período, as vendas para o cliente comum subiram apenas 14%.

O crescimentos das compras grandes por parte das locadoras não está agradando os revendedores de automóveis, visto que os volumes adquiridos por estas empresas são negociados direto com as montadoras, obtendo assim enormes descontos de uma só vez.

Além disso, as locadoras precisam ficar 12 meses com um carro para obter uma isenção de ICMS na venda do veículo, o que faz com que as lojas dessas empresas entrem no mercado de seminovos com volumes realmente muito grandes, o que também bate de frente com as revendas tradicionais.

Mercado: Vendas para locadoras triplicam e concessionárias reagem

Essa disputa de poder entre os dois lados é favorecida ainda para as locadoras devido ao crescimento vertiginoso dos motoristas de aplicativos de transporte, que são oriundos de demissões em outros setores da economia, após não conseguirem recolocação.

Muitos não possuem condições de comprar um carro seminovo para atuar nos apps, então alugam das montadoras, que cobram semanalmente desses motoristas, que buscam uma renda alternativa enquanto aguardam nova colocação.

Além disso, a crise também afeta as finanças de empresas que operam frotas próprias, fazendo com que estas vendam seus carros e aluguem diretamente dessas locadoras.

Esse movimento só não aumentou mais, porque o aluguel de carro sob forma de assinatura para o cliente comum, não chegou em um nível de preço atraente para a boa parte das pessoas, que poderiam considerar isso a ter que comprar um carro novo, o que seria outra ameaça à posição das concessionárias.

Nessa luta, as revendas apoiam um projeto de lei que visa elevar de 12 para 24 meses, o prazo para revenda de carros de aluguel com isenção de ICMS, porém, a Anfavea se mostra contra esse movimento, indicando que os clientes de aluguel buscam automóveis mais novos para locar e as frotas ficarão com alta quilometragem nesse período mais longo.

Isso também significaria um volume maior de carros mais baratos no mercado de seminovos após dois anos, o que imediatamente impacta também nas vendas dos novos para os clientes comuns, afetando diretamente as montadoras. Para a Anfavea, locadoras e concessionárias precisam se adaptar ao momento atual do mercado. Você, cliente final, o que acha disso?