Mercado de importados cresce 111%

Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC

O mercado de automóveis importados cresceu 111% no primeiro trimestre do ano em relação a igual período de 2007 e 200% se for considerado apenas as marcas associadas à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), de acordo com informações divulgadas ontem pela entidade, na Capital.

Em números absolutos, foram comercializados no trimestre 78.354 veículos, contra 37.121 em 2007. Nesta somatória entram veículos importados por montadoras instaladas no Brasil que trazem do México e do Mercosul modelos como o Fusion (Ford) e o Jetta (Volkswagen), entre outros.

Considerando apenas as associadas à Abeiva, chega-se a 5.345 unidades neste ano contra 1.781 no primeiro trimestre de 2007. Com isso, a participação da Abeiva subiu de 0,37% em 2007 para 0,82%.

Os dados são referentes às vendas no atacado. No varejo, as empresas ligadas à Abeiva venderam 5.234 unidades nos três primeiros meses do ano contra 1.546 em 2007, aumento de 238,55%, e, no que diz respeito ao número de emplacamentos, o crescimento foi de 226,89% (ver tabela).

Segundo o presidente da entidade, Jörg Henning Dornbusch, a expectativa inicial das importadoras associadas – de vender, até o final do ano, 22 mil unidades – terá de ser revista antes do término do semestre por causa da forte demanda, que não deve ser alterada com uma posível alta das taxas de juros.

“Há uma diferença no mercado de importados. Cerca de 70% dos carros de entrada, que têm valores próximos dos nacionais, são financiados. Mas conforme o valor aumenta, isso muda. Na BMW, por exemplo, 56% das vendas são à vista e 44% financiadas”, explicou o executivo, frisando que os financiamentos são de no máximo quatro anos e em média de três anos.

Para Dornbusch, mesmo que o câmbio não estivesse tão favorável às importações, seria possível crescer mais. O grande problema é a tributação de 35% sobre as importações que encarece muito os produtos.

Outra questão que vem atrapalhando é a greve dos auditores da Receita Federal. O executivo não precisou quantos, mas há vários carros parados nos portos.

Fonte: Diário do Grande ABC