A venda diária de carro zero quilômetro atingiu 12.528 unidades na média de julho, mais um recorde histórico da indústria automobilística no Brasil. Nunca o setor produziu e vendeu tanto em um único mês. Foram emplacados 288.137 veículos, volume 12,6% superior ao de junho e 32,6% maior que o de igual mês de 2007. A produção chegou a 320.062 unidades, com crescimento de, respectivamente, 3,5% e 19,8%.
Nos primeiros sete meses do ano, o mercado interno absorveu 1.695.348 veículos, resultado 30,4% acima do obtido em igual período do ano passado. A produção foi de 2.012.448 unidades, uma alta de 21,8% na mesma comparação. “Se considerarmos o acumulado dos últimos 12 meses, já atingimos a marca de 3,3 milhões de veículos ao ano”, revelou ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.
Novos patamares – O resultado de julho surpreendeu as próprias montadoras, que acreditavam numa desaceleração no ritmo de expansão do setor neste segundo semestre. “Ainda estamos apostando que o crescimento se dará de maneira mais cadenciada, só não sabemos exatamente em que momento”, comentou Schneider. Segundo o executivo, o aumento dos juros ainda não se refletiu no mercado, mas isto deve ser apenas uma questão de tempo.
De qualquer forma, a indústria está confiante na manutenção dos novos patamares que atingiu no País. “Só as montadoras estão contratando uma média de 1,2 mil novos funcionários por mês desde o início do ano passado”, disse Schneider. Atualmente, seu efetivo é de 129,4 mil trabalhadores. “O número de emprego com carteira assinada não pára de crescer no País, e isso significa a entrada de novos consumidores no mercado.”
O volume de crédito para financiamento de veículos saltou de R$ 71,1 bilhões para R$ 84,3 bilhões nos últimos 12 meses. Os juros passaram de 19,4% para 21,3% ao ano, e a inadimplência subiu de 3,2% para 3,6%. É um índice ainda baixo, que não traz preocupações ao setor.
Mais investimentos – A indústria tem hoje uma capacidade produtiva de 3,85 milhões de veículos, e a meta é chegar a 4 milhões no início do próximo ano, com perspectiva de crescer ao longo de 2009. “Vai ter mais uma leva de anúncio de investimentos das montadoras no Brasil e de maneira contundente”, adiantou Schneider.
Todas as marcas registram desempenho positivo neste ano, com destaque para as francesas Renault e Citroën, que estão ganhando participação no mercado brasileiro. De janeiro a julho, a Renault comercializou 68.904 unidades, com crescimento de 91,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A montadora atingiu participação de 4,3%, conquistando a 5ª posição no ranking nacional no acumulado do ano.
No caso da Citroën, as vendas nos primeiros sete meses atingiram 40,6 mil unidades no segmento de automóveis, um volume 80,9% superior ao do mesmo período de 2007.
A Fiat se mantém na liderança, com quase 390 mil automóveis e comerciais leves vendidos entre os meses de janeiro e julho. A Volkswagen é a segunda no ranking, com 350,7 mil unidades, seguida da General Motors, com 343 mil.
Fonte: Diário do Comércio
