A capacidade instalada da indústria automobilística está se esgotando com o formidável crescimento registrado nos dois últimos anos. Para atender à grande procura, as fábricas ampliam as linhas de montagem, criam novos turnos de trabalho, pagam horas extras aos seus funcionários e desenvolvem novos fornecedores. Mas o motor é um gargalo difícil de ser vencido na indústria automobilística.
O investimento que as montadoras estão fazendo nessa direção aponta uma crença de que esse crescimento é plenamente sustentável, e seguirá sendo contínuo, mesmo que não seja no mesmo ritmo dos dois últimos anos. Juntas, GM, Ford, Fiat, Volkswagen, Honda e Toyota estão investindo no aumento das linhas ou novas unidades que vão ampliar a produção de motores no Brasil em 1,75 milhão de unidades.
A General Motors está construindo uma fábrica em Joinville, Santa Catarina, com investimento de R$ 350 milhões para começar a operar no fim de 2009. A produção de Joinville vai abastecer a fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde são feitos o Celta e Prisma.
A Volkswagen investiu 123 milhões na fábrica de São Carlos (SP) para o aumento da linha de motores, que passou de 1.800 para 2.300 unidades/dia. A ampliação também exigiu a contratação de novos funcionários.
A Fiat comprou uma fábrica pronta. A empresa ficou com as instalações da Tritec, que pertencia à Chrysler e fazia motores para a BMW e o Mini Cooper. A montadora investiu R$ 250 milhões em instalações, linhas de produção e licenças de novos produtos. Com a nova fábrica, a Fiat deve deixar de comprar motores da General Motors, que tem contrato de fornecimento até 2010, e iniciar a produção de uma nova família de motores. Hoje a empresa italiana compra da GM os motores 1.8 que equipam a família Palio, Stilo e Idea.
A Ford está investindo 600 milhões na fábrica de Taubaté (SP) para produzir uma nova família de motores, com previsão inicial de 500 mil unidades por ano. Esses motores, da linha Sigma, vão equipar todos os veículos nacionais e para exportação.
A Honda inaugurou na semana passada uma nova ala na fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo, para a usinagem de cabeçotes e blocos dos motores que equipam o Civic e o Fit. Com investimento de R$ 130 milhões, a Honda deixa de importar motor do Japão, aumentando o índice de nacionalização dos seus carros. A nova fábrica vai produzir 12.500 motores por mês e a partir de agosto esse número sobe para 16 mil unidades.
Segundo o diretor da Honda, Horacio Natsumeda, o investimento foi feito para atender o crescimento da participação da empresa no mercado brasileiro. A Honda projeta a produção de mais de 100 mil por ano no Brasil.
A Toyota já escolheu o terreno numa cidade da região de Campinas para construir uma fábrica de motores.
Fonte: Diário do Comércio