
PEDRO KUTNEY, AB
Após comprar, em 2011, uma das cotas principais de patrocínio das Olimpíadas Rio 2016, a Nissan começa a intensificar suas ações em torno do evento um ano antes da abertura dos jogos, com um objetivo central: tornar-se mais conhecida no Brasil, e assim entrar de vez na lista de opções dos potenciais clientes. “Embora a marca esteja aqui há 12 anos, há apenas um ano iniciou a produção do March na fábrica de Resende RJ e do Versa este ano [março], que nos coloca na maior porção do mercado nacional [sem depender de cotas de importação do México]. Agora o maior desafio é fazer o brasileiro conhecer a Nissan. Para isso os jogos olímpicos pela primeira vez no Brasil têm grande importância nessa estratégia”, explica Ronaldo Znidarsis, que há oito meses assumiu a vice-presidência de vendas e marketing da montadora no País, depois de trabalhar por 27 anos na General Motors e dois e meio na Volkswagen. A elevação dos gastos do departamento de Znidarsis com a aproximação dos jogos olímpicos e paralímpicos é relevante. “Neste ano fiscal [japonês, de abril a março] já aumentamos em 40% os investimentos com publicidade institucional”, revela o executivo. Também chegado há pouco tempo na Nissan do Brasil, o diretor de marketing Arnaud Charpentier afirma que vincular a Olimpíada era um caminho natural a seguir dentro da estratégia de consolidação de imagem: “Faz parte da história da Nissan patrocinar grandes eventos esportivos, como a Champions League, e atletas como Usain Bolt. Nossa vinculação à Olimpíada do Rio vai expressar também que estamos no Brasil para ficar”, diz. E não vão faltar carros Nissan para mostrar presença no País: a organização do evento vai utilizar o total de 5 mil modelos emprestados da marca antes e durante a realização dos jogos. ROTA DA TOCHAA mais recente ação ligada às Olimpíadas do Rio é o Projeto Rota da Tocha, lançado este mês. A Nissan contratou a agência Momentum que há seis meses iniciou o planejamento para ativar agora a ação chamada de “Quem se atreve”, que prevê o recrutamento de 1,2 mil brasileiros para levar a tocha olímpica em todas as 300 cidades brasileiras, de todos os 27 estados, por onde o símbolo vai passar percorrendo 20 mil quilômetros nos 100 dias que antecedem a abertura oficial dos jogos – e passando também por todas as 160 concessionárias da marca no País. Os interessados em conduzir a tocha poderão se inscrever pelo site www.quemseatreve.com.br . Eles serão indicados por cinco equipes formadas por um jornalista, um videomaker e um fotógrafo, que desde julho já percorreram 6 mil quilômetros da rota de 20 mil. Até outubro eles vão identificar pessoas com histórias interessantes de vida para levar a tocha. “Vamos recrutar os mais atrevidos”, diz Charpentier. Já existem alguns exemplos, como o de dois amigos um deles cego que saíram de Brasília para pedalar em uma bicicleta dupla em um percurso de 1,7 mil km em 18 dias, ou do ex-programador de computadores que virou o melhor lutier de viola caipira do Brasil. Todos os 1,2 mil escolhidos serão indicados ao Comitê Olímpico Internacional COI que faz a liberação final. Todos os condutores da tocha escolhidos serão apresentados em peças publicitárias que começam a ser veiculadas ainda este ano. “Isso nos dá a oportunidade de chegar antes, de aproveitar o patrocínio para destacar a marca antes do início dos jogos, porque depois existem em média 65 patrocinadores globais disputando o mesmo espaço”, explica Eva Kon Tia, gerente de patrocínios da Nissan do Brasil. O Time Olímpico Nissan de 29 atletas, sendo sete paraolímpicos, que há cerca de um ano é patrocinado pela montadora, também está escalado para participar da condução da tocha. Entre eles estão nomes como a maratonista aquática Ana Marcela Cunha, que recentemente voltou do
Fonte: Automotive Business