
Com novo Versa, agora nacional, montadora prevê crescimento para 2015
SUELI REIS, AB | De Mogi das Cruzes SP
Ao contrário do mercado brasileiro, que ainda enfrenta dificuldades e sinaliza mais um ano de queda nas vendas de veículos, a Nissan vislumbra outro horizonte, com projeção de crescimento em 2015 mesmo neste cenário totalmente adverso. A montadora reforça seu otimismo com a nacionalização do novo Versa, que deixou de ser importado do México e passa a ser fabricado na planta de Resende RJ, onde já é produzido o March. A nova versão nacional do modelo chega à rede de concessionárias a partir do dia 23 deste mês.
“Estamos na contramão da economia, vivendo um bom momento no Brasil, onde há várias expectativas até agora para a indústria: analistas apontam queda de 5% a 15% sobre o ano passado; apesar disso, nossa perspectiva de crescimento não muda. Acreditamos que o impacto será maior nas marcas que atuam há mais tempo no Brasil e a Nissan é uma marca jovem no mercado doméstico. Tivemos limitações em fases de transição, com a inauguração da fábrica, com o início da fabricação de motores. Mas estamos prontos para atender o mercado e independente da indústria, vamos crescer neste ano fiscal”, afirma o vice-presidente de vendas e marketing da Nissan no Brasil, Ronaldo Znidarsis, na terça-feira, 17, durante o lançamento do Versa nacional, em Mogi das Cruzes SP.
Para o atual ano fiscal – período que corresponde aos doze meses entre abril de 2014 e março de 2015 – a empresa espera aumento de pelo menos 0,8 ponto porcentual em seu índice de participação no mercado brasileiro: “Devemos encerrar com share entre 2,2% e 2,3% e para o ano fiscal que começa no próximo mês esperamos chegar ou até superar a marca de 3%”, prevê.
A empresa aposta suas fichas no novo Versa, com expectativa de que o modelo mantenha seu nível de participação nas vendas da marca: até agora, o sedã compacto é responsável por 25% dos negócios da Nissan no País. “Em termos de volumes, nos três primeiros meses, esperamos entregar 1,5 mil unidades por mês, passando para 2 mil/mês posteriormente.”
Ele comemora ainda os recordes do nível de qualidade da planta brasileira, que em abril completa seu primeiro ano de operações e a compara com fábricas que têm muito “experiência”, como as do Japão e dos Estados Unidos. “A unidade de Resende é uma das plantas mais sustentáveis do Brasil e da Nissan no mundo. Além disso, teremos condições de aumentar o índice de conteúdo local do March dos atuais 65% para 80% a 85% já no próximo ano fiscal.”
O nível de produtividade também deve subir aos poucos, segundo o executivo, a depender da demanda ao longo dos próximos meses. Atualmente, a unidade opera em apenas um turno: “Avaliando a situação do País, poderemos então passar para um segundo turno. Mas claramente a visão do atual ano fiscal que termina em março é de crescimento da Nissan no Brasil também em produtividade”, acrescenta.
ABRINDO CAMINHOS
A nacionalização do Versa traz novas perspectivas para a estratégia de mercado da Nissan: a empresa deixa de importá-lo do México, um alívio considerando o câmbio atual e a nova limitação das importações de veículos definida entre os governos brasileiro e mexicano. “Estamos tranquilos com relação às novas cotas de importação, uma vez que com a nacionalização do Versa, o Sentra passa a ser o nosso único modelo trazido de lá”.
Por outro lado, Znidarsis não descarta a vinda de outros modelos para o País: “Como se sabe, a Nissan tem um portfólio grande lá fora; hoje estamos focados nessas plataformas que já estão aqui: os dois modelos March e Versa, a picape Frontier, que também é produzida no Brasil na fábrica da Aliança Renault Nissan em São José dos Pinhais – PR, além dos demais modelos, como o Sentra e o Altima, este último importado em menor volume dos Estados Unidos. Mas vamos continuar analisando o mercado e estamos sempre atentos às oportunida
Fonte: Automotive Business