Nível de otimismo dos empresários bate recorde em fevereiro


Alessandra Saraiva/Agência Estado – 26/2/2010 – 12h38

Rio – O Índice de Confiança da Indústria (ICI), indicador-síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, subiu 1,9% em fevereiro em relação a janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa é bem mais intensa do que a apurada no mês passado, quando o ICI subiu 0,2% ante dezembro do ano passado.

De acordo com a FGV, o otimismo dos empresários quanto ao futuro, aliado à satisfação das empresas quanto à situação atual dos negócios foram determinantes para a evolução do indicador. O nível das expectativas do empresariado atingiu, em fevereiro, o maior patamar da série histórica do ICI, iniciada em abril de 1995.

Em seu comunicado, a fundação informou que as previsões das indústrias para os próximos meses são favoráveis em todos os quesitos que tratam do futuro. O destaque ficou por conta das previsões de emprego, que alcançaram o melhor nível desde julho de 1986. Das 1.056 empresas consultadas em fevereiro, 31,3% pretendem aumentar o total de pessoal ocupado na empresa no trimestre fevereiro-abril; e apenas 3,0% preveem demissões.

A FGV informou ainda que o indicador que mede o grau de satisfação das empresas com o ambiente atual dos negócios também ajudou a formar o resultado de elevação do ICI. De acordo com a fundação, a fatia de empresas pesquisadas que avaliam a atual situação dos negócios como boa passou de 35,0% para 32,0%, de janeiro para fevereiro.

Mas o porcentual de empresas entrevistadas que consideram como fraco o momento atual de negócios diminuiu em maior magnitude, de 11,5% para 8,0%, no mesmo período.

Nível de atividade – De acordo com a FGV, o Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) da indústria com ajuste sazonal alcançou 84% em fevereiro, maior nível que o registrado em janeiro, de 83,8%, na série com ajuste sazonal.

Segundo a FGV, o Nuci de fevereiro na série com ajuste é o maior desde outubro de 2008, quando o patamar de uso de capacidade da indústria alcançou 85,1%. A fundação também informou que, entre as categorias de uso, os bens de consumo e os intermediários tiveram ligeiras quedas em seus Nucis de fevereiro.

A entidade não revelou os patamares de utilização de capacidade destes dois segmentos, em fevereiro. Já o nível de uso de capacidade do setor de bens de capital continuou avançando, ao passar de 82,0% para 82,9%, de janeiro para fevereiro deste ano

Na série de dados sem ajuste sazonal, o nível de uso de capacidade em fevereiro foi de 83,1%, patamar superior ao apurado em janeiro, quando atingiu 82,1%.

Metodologia – O ICI é um indicador cujo cálculo é baseado em cinco tópicos da Sondagem da Indústria. A partir das respostas destes tópicos, a FGV elabora o resultado do índice dentro de uma escala que vai de 0 a 200 pontos, sendo que o desempenho do indicador é de queda ou de elevação se a pontuação total das respostas fica abaixo ou acima de 100 pontos, respectivamente. Os dados atualizados do índice mostram que, de janeiro para fevereiro, o indicador subiu de 113,6 pontos para 115,8 pontos, na série com ajuste sazonal, o maior nível desde dezembro de 2007, quando atingiu 116,0 pontos.

O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o Índice da Situação Atual (ISA), que teve alta de 0,7% em fevereiro, em comparação com a alta de 0,6% em janeiro, nos dados atualizados na série com ajuste sazonal. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas (IE), que apresentou aumento de 3,3% em fevereiro, em comparação com a queda de 0,3% no primeiro mês do ano.

Na comparação com fevereiro do ano passado, nos dados sem ajuste sazonal, houve aumentos de 46,3% e de 63,8%, respectivamente para o índice de Situação Atual e para o indicador de Expectativas, em fevereiro deste ano. O levantamento para cálculo do índice foi entre os dias 2 e 23 deste mês, em uma amostra de 1.056 empresas informantes.

Fonte: Diário do Comércio