Com chances de ser feito no Brasil, novo Audi Q3 fica mais sofisticado para peitar rivais premium

O novo Audi Q3 desembarca no Brasil somente no primeiro trimestre de 2020, mas a marca alemã já revelou os preços, pacotes de equipamentos e até trouxe algumas unidades da Europa para apresentar a clientes, concessionários e imprensa devido a importância do SUV em nosso mercado. Lançado por aqui em 2012, o Q3 vendeu cerca de 25 mil unidades, incluindo os carros feitos em São José dos Pinhais (PR) entre 2016 e 2018, e chegou a disputar com o A3 Sedan pelo posto de Audi mais vendido no Brasil. Por isso, a fabricante afirma que negocia com a matriz na Alemanha para fabricar a nova geração no Paraná nos próximos anos.

Último modelo da marca a ser feito a partir da plataforma modular MQB do Grupo Volkswagen, o novo Q3 está um pouco maior em comparação a geração anterior para acompanhar o crescimento dos rivais. A nova estrutura permitiu “esticar” o SUV 9,7 centímetros no comprimento (4,49 metros), 2 cm na largura (1,85 m) e 7,8 cm no entre-eixos (2,68 m). A altura de 1,59 m, entretanto, foi mantida.

Assim como o espaço para os passageiros, a capacidade do porta-malas também foi beneficiada em 70 litros, passando a acomodar bons 530 litros de bagagem. Com o banco traseiro corrediço na posição mais avançada, o compartimento chega a 675 litros (ou 1.525 litros com os encostos rebatidos).

A motorização confirmada para o Brasil é a conhecida 1.4 TFSI, dotada de turbo e injeção direta. Combinado ao câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas, o propulsor entrega 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. No entanto, os carros trazidos para a avaliação da imprensa eram da configuração alemã, equipados com motor 1.5 turbo com os mesmos números de potência e torque.



















No teste de cerca de 60 quilômetros por estradas da região da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, foi possível notar que a motorização destinada aos europeus tem desempenho condizente para a proposta do carro. Dotado de desativação de dois dos quatro cilindros para economizar gasolina em velocidades de cruzeiro, o motor 1.5 turbo tem funcionamento mais suave que o 1.4 turbo usado no Q3 anterior e em carros da Volkswagen.

O câmbio automatizado de dupla embreagem, mas com sete velocidades, é bem entrosado com o motor, principalmente ao reconhecer a necessidade de reduzir marchas para retomar velocidade em trechos de subida. Ainda assim, a transmissão prioriza as relações mais altas para favorecer o consumo de combustível.

Versões equipadas com o 2.0 turbo de 230 cv e tração integral quattro também estão previstas, mas ainda não têm data para chegar por aqui.

Mas o que chama a atenção, para quem já dirigiu o Q3 antigo, é a evolução proporcionada pela nova plataforma no que diz respeito à dirigibilidade. Começando pela posição de dirigir mais baixa, a impressão inicial é de estar no comando de um hatch médio. As regulagens do banco e da coluna de direção têm boa amplitude, facilitando a acomodação do motorista.

Como acontece com a maioria dos carros feitos sobre a MQB, a dinâmica do Q3 ficou mais afiada. Embora seja altinho, o SUV acompanha hatches e sedãs numa boa em curvas de estrada – tanto que os Q3 usados no teste seguiram de perto o A5 Sportback que puxava o comboio. Calibrada para o bom asfalto europeu, a suspensão garante boa estabilidade nas velocidades de cruzeiro, mas sofre um bocado com a buraqueira das nossas estradas. No trechinho de terra que pegamos para chegar a uma propriedade rural, o conjunto chegou a dar umas batidas secas, possivelmente por conta do ajuste mais firme e dos pneus de perfil baixo.

Como os carros destinados ao nosso mercado serão produzidos na Hungria somente a partir da próxima semana, é possível que a Audi faça ajustes específicos para as nossas condições de rodagem.

Além de ter evoluído na parte dinâmica, a nova geração do Q3 também traz uma cabine mais sofisticada, com acabamento mais caprichado e detalhes que os clientes de carros premium valorizam. Se o Q3 anterior já aparentava certa simplicidade para um Audi, em contrapartida, o carro que testamos tinha bancos combinando tecido trançado e material ecológico, enquanto o painel e as portas eram decorados por uma elegante faixa de Alcantara (camurça sintética) e apliques em alumínio texturizado. A curiosa configuração ainda trazia volante esportivo com base achatada da linha S, mas sem aletas para trocas de marchas.

O visual externo também ajuda o Q3 a ser um carro mais atraente. A silhueta perdeu o aspecto arredondado para ganhar linhas mais agressivas, porém, sem exagero. Os faróis angulosos e a grade frontal com frisos verticais e contornos cromados transmitem certa esportividade. Mais discreta, a traseira manteve as lanternas horizontais, combinando com os para-lamas mais salientes e bem definidos por um vinco que começa na metade das porta traseiras.

Em resumo, o Q3 pouco lembra o modelo anterior em praticamente todos os quesitos. Mais bonito, dinâmico e sofisticado, o menor SUV da Audi volta a ter condições de brigar em pé de igualdade com BMW X1 e Volvo XC40, os principais concorrentes de marcas premium.

Novo Q3 se juntará aos modelos Q5, Q7 e Q8 para complementar a linha SUVs da Audi

O novo Q3 tem preço inicial de R$ 179.990 na versão Prestige, que traz seletor de modos de condução Audi Drive Select, banco do motorista com ajustes elétricos, revestimento interno em material ecológico, banco traseiro com encosto reclinável, controle de cruzeiro, faróis com acendimento automático, sensor de chuva, volante com aletas para trocas de marcha, central multimídia, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, controles eletrônicos de estabilidade e tração, entre outros.

Na intermediária Prestige Plus de R$ 189.990, há o acréscimo de painel de instrumentos digital Virtual Cockpit, chave presencial, faróis full LED, ar-condicionado automático de duas zonas, luz ambiente, tampa do porta-malas com abertura e fechamento por gestos, retrovisores com rebatimento elétrico e acabamento externo cromado. O teto solar panorâmico é oferecido como opcional por R$ 8 mil.

Já a topo de linha Black, com preço sugerido de R$ 209.990, conta com bancos dianteiros esportivos com regulagem elétrica, teto solar panorâmico, volante esportivo com aletas para troca de marchas, assistente de estacionamento automático e acabamento externo em preto brilhante. Os opcionais disponíveis para a versão são as luzes ambientes personalizáveis (R$ 3.500), acabamento interno em Alcantara cinza, laranja ou marrom (R$ 4 mil) e controle de cruzeiro adaptativo (R$ 8 mil).

O jornalista viajou a convite da Audi
Fotos: Divulgação

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