Fonte / Noticias Automotivas.
FNM. Para quem atua no segmento de transportes ou tem certa idade, a sigla da Fábrica Nacional de Motores é uma lembrança saudosa dos caminhões de origem Alfa Romeo que tomaram conta das estradas brasileiras desde os anos 60.
Embora fizesse automóveis também, a FNM tinha uma boa presença no mercado de caminhões e agora está de volta, sob uma nova forma. A sigla não mudou, mas o “M” agora significa “Mobilidades” e os veículos não serão movidos por diesel, mas totalmente elétricos.
O projeto da nova FNM surge em Caixas do Sul-RS, onde os empresários José Antonio e Alberto Martins, filhos de um importante acionista da Marcopolo, lideram os trabalhos para produção de caminhões elétricos da marca renascida na região.
A FNM produzirá caminhões em parceria com a Agrale, utilizando parte de sua fábrica para a montagem final dos caminhões. Eles terão componentes fabricados pela montadora gaúcha, porém, com baterias, motor elétrico e gerenciamento eletrônico importados dos EUA.
A linha de caminhões elétricos terá de 13 a 18 toneladas de PBT, mas com design influenciado pelo clássico veículo da antiga FNM. Eles são os modelos FNM 832 e FNM 833, respectivamente. Com 355 cavalos, eles terão autonomia de 130 km, o que ainda é baixa em relação aos veículos da BYD, por exemplo, que têm em média 200 km.
De qualquer forma, os novos caminhões da FNM serão construídos com peças e componentes feitos de compósitos e nióbio. Tecnológicos, os 832 e 833 terão sensores e câmeras para auxílio ao condutor, inclusive com alerta de mudança de faixa e aviso de movimentação frontal.
No mercado nacional, a FNM – que chega com logotipo adquirido da antiga empresa e já registrado no INPI – será feita sem concessionários, sendo vendidos diretamente aos operadores e com assistência técnica localizada nos clientes.
Sabe-se que entre os sócios, há uma grande empresa que encomendou 7 mil caminhões, sendo 4 mil para distribuição no Brasil e 3 mil no México. Ou seja, a FNM restaurada atingirá também o mercado internacional.
Além da produção de caminhões elétricos, a nova FNM também converterá caminhões a diesel em elétricos, num programa chamado RePower. A empresa pretende ainda produzir ônibus elétricos e a produção dos modelos 832 e 833 começará em novembro.
FNM
Em 1942, a Fábrica Nacional de Motores foi fundada em Duque de Caxias-RJ, fabricando motores aeronáuticos. A partir de 1949, começou a produzir caminhões em parceria com a Isotta Fraschini.
Contudo, em 1951, iniciou sua atuação com a Alfa Romeo, que durou até 1977, quando a operação foi vendida para a Fiat. Logo depois, a FNM foi encerrada, com os caminhões da marca italiana seguindo até 1985.