ZF 8HP: o câmbio automático de VW Amarok, Lamborghini e outros 78 carros

Câmbio automático 8HP revolucionou o segmento e está em cerca de 80 veículosZF/Divulgação

Você sabia que existe um componente em comum entre a “popular” VW Amarok e carros de luxo como Aston Martin DB11, Lamborghini Urus, Range Rover Velar e Rolls-Royce Phantom? Esses modelos (e muitos outros) têm o câmbio automático 8HP, da alemã ZF.

Na verdade, a lista de aplicação é bem maior que esse resumo do primeiro parágrafo: são mais de 80 veículos de 21 fabricantes de diferentes categorias e origens – o que inclui as exóticas Haval, da China, e VinFast, do Vietnã. Nisso, há até a Iveco Daily.

Vista explodida do câmbio 8HPZF/Divulgação

Essa transmissão chegou ao mundo há mais de uma década, em 2008, com o BMW Série 7 (geração F01). Desde então, o conjunto já passou por três atualizações e há uma quarta prevista para breve. Mas o conceito original (e as oito marchas) segue igual. E, até hoje, desbanca muitos sistemas com dupla embreagem quando os assuntos são eficiência e agilidade nas trocas.

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Todo-poderoso Rolls-Royce Phantom tem o mesma família de câmbio da VW AmarokRolls-Royce/Divulgação

Como qualquer outro câmbio automático, o acionamento das marchas acontece por meio de embreagens e freios internos. No caso do ZF 8HP, há quatro engrenagens planetárias e só cinco elementos para as trocas – contra até sete dos projetos equivalentes.

Disponível apenas para modelos com motor longitudinal – sejam eles com tração traseira ou integral –, esse câmbio tem três embreagens multidisco e dois freios, além de um novo sistema de bombeamento hidráulico que promete contribuir com a eficiência.

Sistema é compatível com tração traseira e integral, além de eletrificaçãoDivulgação/Lamborghini

Aliás, reduzir o consumo de combustível é o principal foco desse câmbio, de acordo com o fabricante. Por isso, surpreende que os alemães tenham mantido as mesmas dimensões do ZF 6HP de seis marchas – e, na versão 8HP70, 3% mais leve com fluídos.

Também há recursos que permitem sistemas start-stop, por exemplo, além de esse câmbio ser compatível com diferentes tipos de eletrificação, como motorizações híbridas parciais, totais ou plug-in, desde a configuração mais simples 8HP30 (sem aplicação).

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As diferentes nomenclaturas indicam o limite de torque suportado por cada configuração. Sendo assim, a opção de entrada pode receber motores de até 30,6 kgfm (300 Nm). Já a 8HP95, do Grand Cherokee SRT Trackhawk, vai até 101,2 kgfm (1.000 Nm).

Na segunda geração, o câmbio ZF 8HP ganhou novas engrenagens com relações de 7,8:1, contra 7:1 de antes, que diminuiu o consumo em 1%. Já a redução de atrito entre as peças internas e a pressão de óleo de 3,5 bar (era 5 bar antes) baixaram outros 2%.

Versão Trackhawk do Jeep tem motor V8 6.2 HEMI com 717 cv e 89,1 kgfmdivulgação/Jeep

Quatro anos depois, em 2014, chegou ao mercado a terceira atualização do conjunto, com redução de 2,5% no consumo de combustível graças às novas engrenagens de até 8,6:1 e novas funções de recuperação de energia compatíveis com sistemas de 48V.

E, para 2022, já está previsto o lançamento da próxima modificação, que terá incorporado um motor elétrico feito pela própria ZF, com capacidade para entregar 107 cv (que ainda pode chegar a picos de 214 cv) e 45,9 kgfm, além de autonomia para 80 km.

Próximo Maserati Levante já deverá receber a quarta geração do ZF 8HPDivulgação/Maserati

Nas configurações híbridas parciais, o novo 8HP poderá receber um impulsor elétrico de 48V e 25 kW, equivalente a 33,5 cv, ligado ao virabrequim do motor ou diretamente no eixo de entrada do câmbio para ajudar na aceleração e baixar 15g/km das emissões de CO2.

Para reduzir peso e tamanho da transmissão, a empresa integrou o controle eletrônico no próprio conjunto – antes, esses sistemas tinham tamanho de uma caixa de sapatos e eram separados. Com essa mudança, sobra mais espaço no compartimento do carro.

Os alemães já fecharam parceria com a BMW e a FCA para incluir a quarta geração do câmbio automático nos modelos de ambos os grupos. Inicialmente, a produção será em Saarbrücken, na Alemanha, mas está programada a fabricação em China e EUA.

BMW também fez acordo com os alemães para receber o novo câmbio<span class=”hidden”>–</span>Divulgação/BMW

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