JAC promete lançar picape elétrica e fabricar carro com Caoa ou Mitsubishi

A inédita picape média da JAC continua sem nome, mas terá duas versões elétricas e uma 2.2 turbodiesel foto
Foto: Quatro Rodas

O futuro dos carros no país é elétrico. Pelo menos para a JAC Motors.

Sérgio Habib, presidente do grupo SHC, que representa a marca no Brasil, antecipou aos jornalistas presentes no Salão de Xangai que o foco da marca chinesa no país será majoritariamente em veículos elétricos.

Isso apesar de, em suas próprias palavras, “não ter a menor ideia de quantos carros deste tipo ele conseguirá vender”. O primeiro a chegar será o iEV40, versão elétrica do T40 que chega em agosto por R$ 129.990.

As três versões da picape chinesa terão capacidade de carga para uma tonelada

Em seguida virá uma picape média que, apesar de não ter nome – na China, é conhecida como T8 -, já tem três variantes confirmadas.

A picape, cujo protótipo já foi testado por QUATRO RODAS, terá duas versões elétricas e uma turbodiesel. A primeira a chegar será uma opção elétrica espartana, voltada para frotistas e área de manutenção de empresas de energia e telecomunicações.

O empresário não revelou a faixa de preço almejada, “mas não será menos de R$ 150.000”, afirmou. Já a versão elétrica “voltada para o lazer” chegará em 2020, terá mais equipamentos e passará dos R$ 200.000.

O iE40 é a versão elétrica do SUV compacto T40 Foto: JAC

Ambas têm autonomia de 350 km (ciclo NEDC) e capacidade de uma tonelada.

Habib não deu detalhes de desempenho, afirmando apenas que a picape acelera de 0 a 50 km/h em cinco segundos e que “poderá acompanhar uma picape V6 turbodiesel”. A variante da JAC que mais deve vender, porém, é a tradicional a combustão.

A marca optou no Brasil por um motor 2.2 turbodiesel com câmbio manual de seis marchas.

O modelo irá disputar a faixa de entrada das picapes médias, por um preço entre R$ 120.000 e R$ 130.000. O objetivo da empresa era lançar esta versão em julho, mas um atraso na homologação levou a meta para o final do ano.

Fábrica terceirizada

Grade (muito) cromada é o destaque da dianteira do T40
Foto: Divulgação

Habib também comentou sobre os planos da JAC para fabricar no Brasil. A empresa chegou a anunciar uma linha de produção em Camaçari (BA), mas a retração do mercado e nas vendas provocaram mudanças nos planos.

Agora o empresário mira em duas fábricas em Goiás – ambas controladas por brasileiros, e não por multinacionais. A primeira é a unidade da Caoa em Anápolis, onde são produzidos os Hyundai ix35, Tucson e HR e os Chery Tiggo 5x, 7 e, futuramente, o 8.

A segunda opção é a fábrica da HPE em Catalão. A empresa de Eduardo Souza Ramos produz no local os Mitsubishi ASX, Lancer, L200 e o Suzuki Jimny.

Habib precisa ter um local para produzir localmente alguns produtos para enfim escapar da multa por não dar contrapartida para os subsídios recebidos durante a vigência do Inovar-Auto, o programa de incentivo à indústria automotiva do governo Dilma Rousseff.

Por isso, afirmou que está conversando com Souza Ramos e Carlos Oliveira sobre a possibilidade de produzir os carros da JAC em uma das duas fábricas, mas ainda não fechou negócio com nenhuma delas. O executivo prevê que isso irá ocorrer somente no ano que vem.

Mais elétricos

A versão elétrica do aventureiro T20 viria ao Brasil para ser o modelo mais barato em sua categoria    (Foto: Quatro Rodas)

Além das duas picapes, Habib irá trazer mais três elétricos ao Brasil. O mais em conta será o iEV20, versão a eletricidade do polêmico J2 aventureiro.

O hatch compacto mantém o defasado conceito aventureiro com estepe na traseira, e seria o elétrico mais barato da JAC. O modelo, porém, dificilmente custará menos de R$ 100.000.

O IEV60 é a versão elétrica do novo T60 (que chega ao Brasil este ano com motor 1.5 turbo e câmbio CVT) e será lançado em 2020. Pouco antes virá um caminhão elétrico com peso bruto total (PBT) de cinco toneladas.

O utilitário teria a mesma proposta do e-Delivery, versão elétrica do menor caminhão da Volkswagen. Habib espera atuar no mercado de entregas urbanas, apesar do modelo não se enquadrar na categoria de VUCs.