O pulo da Jaguar com o XF SV8


Testamos o sedã esportivo que tem a missão de mudar a cara da marca
O XF é comprido e pesado, mesmo assim agarra nas curvas

Thiago Vinholes

Quem nunca viu o Jaguar XF pensa em uma série de possibilidades para seu nome quando se depara com ele pela primeira vez. Há quem diga que o sedã lembra um Maserati. Outros falam que o carro parece um Aston Martin ou até um dos novos Volvo. Mas só quem chega perto, depois de muita admiração, identifica o modelo como sendo um autêntico Jaguar. Propositadamente desconhecido, o carro mais recente da fabricante inglesa tem a missão de mudar a personalidade da marca e colocá-la de volta na disputa direta com suas concorrentes alemães Audi, BMW e Mercedes-Benz. Por aqui, o XF esta à venda desde o ano passado e custa R$ 367 000 na versão top de linha SV8. Foi uma dessas unidades com motor 4.2 V8 Supercharged de 420 cv que o Carro Online acelerou – e muito.

Seu desempenho assusta. Na pista de testes da TRW em Limeira (SP), o XF acelerou de 0 a 100 km/h em 5s9, algo comparável a uma Ferrari 612 Scaglietti mal conduzida. Na reta de 1 800 m do complexo, o carro atingiu 247 km/h. A Jaguar afirma que a velocidade máxima é limitada a 250 km/h. Chegamos bem perto. Da mesma maneira que acelera, o XF freia de forma alucinante. Vindo a 120 km/h, o modelo precisa de 51,5 m para ficar imóvel. Apesar de seus quase 5 metros de comprimento e 1 842 kg, o sedã agarra as curvas com unhas e dentes. As manobras são cuidadosamente supervisionadas por uma infinidade de sistemas eletrônicos, que vão desde controle de estabilidade (DSC, Dynamic Stability Control) e tração a suspensão ativa eletrônica (CATS, Computer Active Tecnology Suspension), que “cola” o carro no chão.

Tamanha tecnologia embarcada, porém, limita o ímpeto do motorista. Em arrancadas e curvas de alta, o pneu não chega a dar uma “cantada”. O sistema DSC ainda detecta quando o piso tem pouca aderência, limitando a aceleração mesmo com o pé no fundo. O equipamento age de forma interessante em curvas bruscas, corrigindo individualmente as rodas e permitindo a realização da manobra com mais segurança. A eletrônica também não permitiu a aferição da potência no dinamômetro, já que o sistema impossibilita que as rodas traseiras tracionem com as dianteiras imóveis. O computador ainda corta o barato do motorista que tentar acelerar o motor V8 quando o Jaguar está parado. Uma pena.

O câmbio automático de 6 marchas tem opção de trocas manuais por meio de borboletas atrás do volante, porém, dado o preço exorbitante do XF, o carro peca em não ter dupla embreagem, equipamento que já consta na lista de seus rivais e fala mais alto da hora do desempenho. No modo “S”, o câmbio permite andar em rotações mais elevadas e marchas mais baixas, deixando o modelo literalmente pronto para o pulo. Nesta configuração, o indicador de consumo, que gira em torno dos 3 km/l andando devagar, sobe para níveis que certamente dão muita dor de cabeça para ecologistas.

Novos ares para a Jaguar

Além de seu desempenho, que aguça os sentidos de quem vai dentro, o design do XF chama a atenção de quem está de fora. Primeiro lançamento da Jaguar sob a administração da Tata Motors, o modelo teve 100% de seu desenvolvimento realizado durante a administração Ford, ex-proprietária da marca. Parada no tempo, a fabricante inglesa vê em seu modelo mais recente a chance de retomar o antigo prestigio após o fim da linha S-Type, considerado pelos ingleses um herege. O modelo foi muito questionado por deixar de lado o caráter exclusivo da marca e utilizar a comum na Europa, sobretudo na Inglaterra.

Aparentemente um sucesso, com apenas um ano de vida o XF já responde por mais de 50% das vendas da Jaguar no mundo. É um sinal de que o visual assinado pelo diretor de design da fabricante, o inglês Ian Callum, deu certo. Tamanha semelhança do carro com veículos da Aston Martin e Volvo se deve às experiências de Callum nos escritórios de desenho de ambas as marcas. Por exigência das normas de segurança na Europa, o característico jagu
Fonte: Terra Carro Online